Liberalizar a mão-de-obra ou fechar o porto de Lisboa são as duas
alternativas defendidas por Bruno Bobone, de modo a evitar uma
requisição civil dos estivadores.
Liberalizar a mão-de-obra portuária ou fechar o porto de Lisboa são as
únicas vias para evitar uma requisição civil dos estivadores. É a
opinião manifestada à Renascença por Bruno Bobone,
presidente da Associação Comercial de Lisboa, agora que há novo
pré-aviso de greve que estende o protesto até 4 de Dezembro. Para
Bruno Bobone “há uma alternativa que é liberalizar a mão-de-obra
portuária de uma vez por todas ou fechar o porto de Lisboa e aproveitar o
dinheiro que se paga aos estivadores para suportar a saída das
mercadorias pelos dois portos que possam ser alternativos”. Segundo
o presidente da Associação Comercial de Lisboa, fora estas duas opções
não há outro caminho que não o da “requisição civil ou uma obrigação de
trabalhar”. Bobone critica ainda o impasse na resolução da greve
e argumenta que “neste momento, todos estão contribuir para prejuízo
maior do país- os sindicatos e o Governo”. Na última madrugada, o
Ministério da Economia emitiu um comunicado que estabelece serviços
mínimos, para a greve que hoje recomeça e a que já se junta mais um
pré-aviso. Na prática terão que ser asseguradas as cargas e descargas de
animais vivos alimentos e bens essenciais à economia nacional.
Mas este último ponto surpreende o presidente do Sindicato dos Estivadores do porto de Lisboa. Para Vítor Dias, “se queremos que os serviços mínimos contemplem tudo, então se calhar mais vale, em vez de estarem a mascarar isto, virem já com a requisição civil”.
Na prática, se não houver entendimento entre Governo e sindicato dos estivadores, o protesto segue até 4 de Dezembro.
Empresário defende que requisição civil peca por tardia No meio do braço de ferro entre Governo e estivadores está Paulo Rego, um empresário que exporta material eléctrico e artigos de decoração para Moçambique. Diz que os seus prejuízos são incalculáveis e sustenta que a requisição civil já deveria ter avançado.
“Acho que já deviam ter avançado para a requisição civil, porque os serviços mínimos não vão resolver nada”, defende o empresário e dá o seu exemplo: “Tenho um contentor de mercadorias no valor de 250 mil euros parado no porto há três semanas. Nem tenho noção dos prejuízos”.
Este é o caso de um dos muitos empresários portugueses que não conseguem exportar, por força das sucessivas greves dos estivadores.
4 comentários:
Caros Amigos e Companheiros:
Face a este artigo, penso que o conflito em curso está a atingir um estádio perigoso. E perigoso para os trabalhadores, que parecem ignorar a natureza política deste governo. Os trabalhadores portuários já deram provas suficientes da sua vincada dignidade,lutando contra algo que a sua convicção lhes diz ser injusto e estar errado.A sua dignidade está incólume. Pelo que, pararem com o conflito, aceitando como ponto de partida as propostas que parece lhes têm sido feitas,não os desprestigia.
Saudações Sindicais
FGOMES
15 de Novembro de 2012
Também já tive a oportunidade de através de um desabafo (crónica) apelar ao diálogo.E se as partes não se entenderam até agora, começo a ter as minhas dúvidas, se já não será tarde demais. Desta "vez",parece-me que não é como as outras "vezes". Espero estar enganado...
Cumprimentos
O.Miguel08
Meus Caros
Uma estória da história da minha terra para reflectir:
"ANTES MORRER LIVRES DO QUE EM PAZ SUJEITOS"
A divisa "Antes morrer livres que em paz sujeitos" é retirada de uma carta escrita a 13 de Fevereiro de 1582 por Ciprião de Figueiredo, então corregedor dos Açores e grande apoiante de D. António I, Prior do Crato, ao rei Filipe II de Castela recusando-lhe a sujeição da ilha Terceira em troca de mercês várias. Em resposta à proposta de Filipe II, Ciprião de Figueiredo diz: "… As couzas que padecem os moradores desse afligido reyno, bastarão para vos desenganar que os que estão fora desse pezado jugo, quererião antes morrer livres, que em paz sujeitos. Nem eu darei aos moradores desta ilha outro conselho … porque um morrer bem é viver perpetuamente …
Antes de ser adoptada pelo parlamento açoriano como divisa da Região Autónoma dos Açores, a frase já era utilizada como moto das diversas unidades militares que ao longo dos últimos três séculos estiveram aquarteladas no Castelo de S. João Baptista do Monte Brasil, em Angra do Heroísmo.
in: Wikipédia
Abraço
Rui Carvalho
Na posição que nos encontramos (Aveiro), sou obrigado a ter duas interpretações ("As couzas que padecem os moradores desse afligido reyno, bastarão para vos desenganar que os que estão fora desse pezado jugo, quererião antes morrer livres, que em paz sujeitos. Nem eu darei aos moradores desta ilha outro conselho"), espero que mais pessoas as tenha também.
Cumprimentos
O.Miguel08
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