Manifesto-me,
acossado face à crescente inquietude que sinto perante o desenvolvimento e o
prolongar no tempo, de uma luta, que, em minha opinião, acarretará no curto e
médio prazos em fortes prejuízos para os trabalhadores portuários, seja já qual
for o desfecho do conflito. Alguns dos prejuízos não se mostram já passíveis de
anular, permanecerão em fase embrionária e, no tempo adequado, virão à luz. O
futuro dos trabalhadores portuários, classe que, admito, foi no passado e
continua no presente a ser indevidamente responsabilizada, mesmo acusada, de
estar na base da inoperacionalidade relativa dos portos portugueses, está a ser
hipotecado por forma bastante assertiva, por cada dia que a luta prossegue.
Importava, em lugar do prosseguir dessa luta, desmontar aquela injusta acusação
que impende desde há longa data sobre os trabalhadores portuários. A mesma tem-se
fortalecido no seio da opinião pública e dos utentes dos portos, e para a sua sedimentação,
inadvertidamente, creio, continuam os trabalhadores a contribuir.
Se existem estrangulamentos ou constrangimentos nos portos, e alguns existirão, todos os intervenientes a nível de cada um dos mesmos, devem disponibilizar-se a estabelecer um compromisso: sentarem-se à mesa, proceder à identificação de cada um desses constrangimentos, a sua causa ou origem, qual o grau de inoperacionalidade induzido e, finalmente dar contributos para o seu saneamento. Direi ainda, que, este procedimento deveria ocorrer periodicamente e concluir no estabelecimento de um órgão específico, outorgado da qualidade de parceiro social do porto respetivo.
Se existem estrangulamentos ou constrangimentos nos portos, e alguns existirão, todos os intervenientes a nível de cada um dos mesmos, devem disponibilizar-se a estabelecer um compromisso: sentarem-se à mesa, proceder à identificação de cada um desses constrangimentos, a sua causa ou origem, qual o grau de inoperacionalidade induzido e, finalmente dar contributos para o seu saneamento. Direi ainda, que, este procedimento deveria ocorrer periodicamente e concluir no estabelecimento de um órgão específico, outorgado da qualidade de parceiro social do porto respetivo.
Para
a concretização daquele desiderato, deveriam os Sindicatos exigir a
formalização do mencionado compromisso e correspetivo desenvolvimento,
manifestar a sua disponibilidade imediata para o efeito e pôr termo ao conflito,
aceitando como ponto de partida para uma possível concertação mais abrangente,
as propostas que lhes terão sido dirigidas.
Continuar
a alimentar e a prosseguir com o conflito, agravando os seus pesados efeitos e
na esperança de que uma qualquer importante manifestação, ou um conjunto de
distintas almas piedosas, possa “travar” a aprovação da proposta de lei, é fé a
mais para os tempos que correm.
Fernando da
Conceição Gomes
16 de
Novembro de 2012
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