Vítor Dias, presidente do sindicato dos Estivadores do Centro e Sul de Portugal disse ao Expresso que a proposta de Lei de alteração do Regime Jurídico do Trabalho Portuário irá originar o despedimento de 50% dos trabalhadores dos portos.
A greve em alguns dos portos nacionais irá continuar, apesar de estar agendada para hoje uma reunião entre representantes do Governo e dos trabalhadores portuários para tentar chegar a um acordo.
Mas, para Vítor Dias, presidente do sindicato dos Estivadores do Centro e Sul de Portugal, as medidas preconizadas pelo Governo na proposta de Lei do Regime Jurídico do Trabalho Portuário - que está na origem desta jornada de luta - têm como únicos objectivos, "restringir drasticamente o âmbito de intervenção profissional e ocupacional dos trabalhadores portuários e desregular, desqualificar e precarizar a actividade portuária, e cujos efeitos e consequências se mostrarão nefastos para a competitividade e eficiência dos portos". O dirigente sindical nota ainda que o Governo pretende com esta proposta, "excluir os trabalhadores portuários de parte dos serviços/funções que actualmente executam e que desde sempre executaram".
Mas, o mais grave é que, segundo Vítor Dias, "o Governo com esta proposta pretende provocar o despedimento de cerca de 50% dos actuais trabalhadores portuários, para colocar no seu lugar trabalhadores sem qualquer qualificação profissional e contratados ao turno, à 'jorna' ou à tarefa, o que provocará inevitávelmente pior desempenho profissional e aumentará exponencialmente os factores de insegurança para os próprios, para os restantes trabalhadores, para os equipamentos e para a carga, num sector onde os acidentes normalmente não perdoam.
Vítor Dias conclui dizendo que se trata de "um retrocesso civizacional, na forma da utilização da mão-de-obra portuária, utilizada no anterior regime - as casas do conto".
Recorde-se que as greves nos portos nacionais vão já na quarta semana e, segundo contas feitas pela Associação Comercial de Lisboa, os prejuízos decorrentes destas paralizações ultrapassam já os mil milhões de euros, só no porto de Lisboa.
1 comentário:
Caros Amigos e Companheiros:
Discordo em absoluto, não corresponde à verdade. Gostaria muito que me fossem explicados os raciocínios que lograram chegar a tal valor. Aliás, penso, que o autor deveria ter tido essa preocupação, sob pena de cair nos domínios da demagogia. O que é mau!
Saudações Sindicais
FCGOMES
25 de Outubro de 2012.
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