22 de outubro de 2012

Carlos Figueiredo: “Tertir acredita no setor portuário porque este tem demonstrado resiliência face à crise”

O Centro de Congressos do Estoril recebeu, nesta segunda-feira, o Congresso Âncora – O Mar com os pés assentes na terra”, numa organização do Fórum Empresarial da Economia do Mar (FEEM).
O programa do evento contou com quatro painéis distintos que abordaram os vários tipos de atividades diretamente relacionados com o Mar, entre eles um painel subordinado ao tema “Portos e Transporte Marítimo”.
Para abordar esta temática, o FEEM convidou um grupo conceituado de oradores: Carlos Figueiredo (Tertir), Gonçalo Vieira (Portucel Soporcel), Vítor Caldeirinha (Porto de Setúbal), Clotilde Celorico Palma (Sociedade de Desenvolvimento da Madeira) e Gonçalo Magalhães Collaço (ESRI Portugal).
Carlos Figueiredo, enquanto representante da Tertir mas também como presidente desta mesa, foi o primeiro a falar. Na sua intervenção, o representante da Tertir abordou as áreas em que a Tertir (do Grupo Mota-Engil) atua – terminais portuários, transporte ferroviário (Takargo), transitários e plataformas logísticas –, destacando os investimentos feitos ao nível portuário no TCL (Leixões), Socarpor e Sograne (Aveiro), Liscont (Figueira da Foz e Lisboa), Sotagus (Setúbal), Sadoport (Setúbal) e no Ferrol (Espanha), através do TCL.


“A Tertir aposta num investimento continuado nos portos porque é necessário estarmos sempre adaptados àquilo que são as necessidades dos clientes”, referiu Carlos Figueiredo, acrescentando que a Tertir “acredita neste setor porque há resiliência deste relativamente ao período de crise atual, as condições de mercado são boas e acreditamos que ainda há muito a fazer na Península em termos de conquista de quota de mercado”.

O representante da Portucel Soporcel, Gonçalo Vieira, assumiu então a palavra, analisando a componente de transporte marítimo na atividade da empresa. “Entre 2008 e a nossa estimativa para 2012 falamos de um crescimento de cerca de 42 mil TEU”, referiu o representante da Portucel, acrescentando que “para este crescimento do transporte marítimo muito contribuíram as Auto-estradas do Mar criadas pelo Grupo, a partir do porto da Figueira da Foz, primeiramente, estendendo-se ao porto de Setúbal em 2007”.

Após considerar a redução da fatura portuária como “um must”, Gonçalo Vieira realçou ainda a importância do desenvolvimento da ferrovia para as empresas nacionais e para o País em geral: “É fundamental desenvolver-se a ferrovia para as exportações mas também ao nível do mercado doméstico, nomeadamente para o transporte entre as fábricas e os portos”.

A apresentar o caso de sucesso do Ro-Ro e da ferrovia no porto de Setúbal esteve Vítor Caldeirinha. “O porto de Setúbal começou no Ro-Ro nos anos 70 sendo que o movimento tem crescido ano após ano, sendo responsável por cerca de 90% do tráfego atual Ro-Ro a nível nacional”. “Queremos ser uma solução interessante até Madrid mas ao mesmo tempo chegar também a África e à América do Sul”, salientou ainda o responsável da APSS relativamente à ambição de tornar Setúbal num ‘hub Atlântico’.

“O porto de Setúbal foi, até há um ano atrás, o maior porto nacional em termos de comboios movimentados, tendo sido agora ultrapassado pelo porto de Sines. Somos já um porto ferroviário, que liga as fábricas diretamente aos terminais, como acontece, por exemplo, com a VW Autoeuropa”, concluiu Vítor Caldeirinha.

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