Definição de novos serviços mínimos está em negociação.
Os representantes dos trabalhadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro e os operadores adiaram para sexta-feira a definição de novos serviços mínimos para as greves, disseram os sindicatos citados pela Lusa.«Se houver bom senso podemos reconsiderar um ou outro aspeto como o dos navios das regiões autónomas [que poderão ficar abrangidos pelos serviços mínimos] porque são os que estão mais dependentes da carga que chega via navio», disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, Vítor Dias.O sindicalista adiantou que na reunião foram feitas cinco propostas pelas associações que representam os diversos portos e sublinhou que «houve um esforço conciliador» para tentar encontrar uma solução «por consenso».Questionados pela Lusa, os representantes das empresas afirmaram que apresentaram «propostas diferentes de porto para porto» e confirmaram que será na reunião de 6ª feira que o sindicato lhes irá responder.
Dada a variedade das propostas foi decidido e acordado pelas partes que
na sexta-feira às 10:00 haverá nova reunião.
Vítor
Dias disse que o sindicato reafirmou «vários princípios, a tipologia
da greve e a ata que foi subscrita em
2004» sobre serviços mínimos, onde está incluída a carga de materiais
hospitalares,
medicamentos, gado vivo e alguma
matéria em risco de ser perecível.
«Não trocamos as questões
sociais pelas questões
financeiras porque inverter o ónus da
questão e passarem todas as greves a ter uma conotação financeira é o
fim do direito
à greve, é a lei da rolha e é o
princípio de que este país começa a ter contornos de não democracia»,
frisou.
Os
serviços mínimos estavam até agora
fixados por um acordo de 2004 contra o qual se manifestaram os
operadores, alegando que
a importância da utilização dos portos -
sobretudo para o setor exportador - alterou-se desde essa altura,
conforme explicou
na segunda-feira o secretário de Estado
dos Transportes, Sérgio Monteiro.
Contudo, os estivadores acusam os operadores
de considerarem serviços mínimos «tudo o que se faz no porto».
«Já
não se trata só de bens essenciais. O que se pretende
é muito mais além, já das exportações,
cimentos, pasta de papel. São estes produtos perecíveis, essenciais às
populações e
ao bem da sociedade enquanto tenham de
ser movimentados sem interrupção?», questionou Vítor Dias.
Vítor
Dias reforça
que com as propostas que foram
colocadas aos representantes dos trabalhadores não se faz «um minuto de
greve» e trabalha-se
«24 horas sobre 24 horas», «porque é
tudo perecível e é tudo importante».
«Se não chegarmos a
entendimento na sexta-feira,
na segunda-feira vamos ter um despacho
da tutela e do ministério e já antevemos o que é», disse, admitindo que a
possibilidade
de requisição civil para os portos
nacionais poderá ser um dos cenários.
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