20 de outubro de 2012

Museu subaquático no Algarve nasce com afundamento do primeiro velho navio de guerra


Quatro antigos navios da Armada portuguesa estão prestes a serem afundados ao largo de Portimão, nascendo o primeiro museu subaquático português. A corveta "Oliveira e Carmo" é a primeira a ir ao fundo, em finais de Outubro, tendo como destino tornar-se recife artificial.
A construção do primeiro parque subaquático em águas territoriais portuguesas está prestes a iniciar-se, com o primeiro afundamento de um dos quatro vasos de guerra da Marinha Portuguesa que, em conjunto, formarão o Ocean Revival.

O projecto, que pretende formar recifes artificiais, promovendo a prática de mergulho, resulta da parceria entre a Câmara de Portimão e a Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu as embarcações desactivadas.
A primeira embarcação a mergulhar, já no dia 27, é a corveta Oliveira e Carmo, desactivada em 1999, mas que trocou o estaleiro de sucatas pelo fundo do mar. "Passados mais de cinco anos após uma longa navegação por águas turbulentas", informam, o navio está pronto para abraçar a nova missão, estando "reunidas todas as licenças e condições necessárias para que dois dos quatro navios possam ser afundados" - o outro será o navio-patrulha Zambeze, a 3 de Novembro.
Para que fosse possível ter os vasos preparados para o afundamento, foram removidos materiais e equipamentos considerados nocivos ao meio ambiente: "Óleos, amianto e todas as substâncias perigosas foram retirados", explicou Luís Sá Couto, um dos mentores do projecto, em declarações à agência Lusa.
Da corveta resta apenas "o seu casco e alguns materiais que não representam perigos de contaminação do meio marinho", acrescentou Sá Couto. O mesmo se aplica ao patrulha Zambeze que, construído nos Estaleiros Navais do Mondego, em 1972, está afastado de missões desde inícios do século. Os trabalhos de descontaminação das quatro embarcações custaram cerca de 2,4 milhões de euros e permitirão a criação de um local de mergulho controlado a 5,5km ao largo de Alvor, Portimão. Os vasos serão afundados a 30 metros de profundidade, ficando a parte mais alta do navio a uns 15 metros.
À Oliveira e Carmo e ao Zambeze juntar-se-ão depois o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo Capelo.

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