Quatro antigos navios da Armada portuguesa estão prestes a serem
afundados ao largo de Portimão, nascendo o primeiro museu subaquático
português. A corveta "Oliveira e Carmo" é a primeira a ir ao fundo, em
finais de Outubro, tendo como destino tornar-se recife artificial.
A construção do primeiro parque subaquático em águas territoriais
portuguesas está prestes a iniciar-se, com o primeiro afundamento de um
dos quatro vasos de guerra da Marinha Portuguesa que, em conjunto,
formarão o Ocean Revival.
O projecto, que pretende formar recifes artificiais, promovendo a
prática de mergulho, resulta da parceria entre a Câmara de Portimão e a
Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu as embarcações
desactivadas.
A primeira embarcação a mergulhar, já no dia 27, é a corveta Oliveira
e Carmo, desactivada em 1999, mas que trocou o estaleiro de sucatas
pelo fundo do mar. "Passados mais de cinco anos após uma longa navegação
por águas turbulentas", informam, o navio está pronto para abraçar a
nova missão, estando "reunidas todas as licenças e condições necessárias
para que dois dos quatro navios possam ser afundados" - o outro será o
navio-patrulha Zambeze, a 3 de Novembro.
Para que fosse possível ter os vasos preparados para o afundamento,
foram removidos materiais e equipamentos considerados nocivos ao meio
ambiente: "Óleos, amianto e todas as substâncias perigosas foram
retirados", explicou Luís Sá Couto, um dos mentores do projecto, em
declarações à agência Lusa.
Da corveta resta apenas "o seu casco e alguns materiais que não
representam perigos de contaminação do meio marinho", acrescentou Sá
Couto. O mesmo se aplica ao patrulha Zambeze que, construído nos
Estaleiros Navais do Mondego, em 1972, está afastado de missões desde
inícios do século. Os trabalhos de descontaminação das quatro
embarcações custaram cerca de 2,4 milhões de euros e permitirão a
criação de um local de mergulho controlado a 5,5km ao largo de Alvor,
Portimão. Os vasos serão afundados a 30 metros de profundidade, ficando a
parte mais alta do navio a uns 15 metros.
À Oliveira e Carmo e ao Zambeze juntar-se-ão depois o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo Capelo.
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