19 de julho de 2012

Portos atrapalhados ( Brasil )

¨Estamos tentando corrigir uma trapalhada que fizeram no passado", disse recentemente o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit. A frase era específica sobre algumas besteiras encontradas na BR-101, mas pode ser vista igualmente em toda a área de Transportes – na qual incluo, apesar dos desmembramentos non sense, também a área de Portos, e até indiretamente o Fundo de Pensão Portus.
Não é de hoje que vejo as "trapalhadas" dos governos nessa área. Primeiro, politizaram (e coloco o verbo na terceira pessoa, porque a farra envolve todos os partidos políticos) demasiadamente a gestão portuária, a tal ponto que a tal da gestão portuária parece não existir há mais de uma década, em termos de integração de esforços, de diretrizes, metas, ou mesmo do simples exercício cotidiano da função de gestor.

 Era tal a bagunça, que os portos precisaram sair do âmbito do Ministério dos Transportes – que também não gere os aeroportos nacionais, outra fonte de corrupção e problemas. Criou-se uma secretaria especial para os portos. Se tal fosse possível, talvez tivessem criado também um ministério para cuidar de cada rodovia, de cada ferrovia, ainda que nelas não trafegasse um só caminhão ou vagão de trem.

 Caso tais desmembramentos tivessem se consumado, ficaria bem claro para todos o que hoje é uma realidade meio escondida – ninguém fala com ninguém, a não ser dentro de parâmetros partidários, não há integração de ações e tarefas. Nem vou sonhar em integração com os demais agentes que participam da atividade portuária, como Vigilância Sanitária, Alfândega etc.
           
Então, de um lado temos o fundo de pensão Portus quase falido e processando as companhias docas para receber os valores a que tem direito. Valores que deveriam ter sido pagos oito, dez anos atrás. Os fundos de pensão costumam ser entidades endinheiradas, grandes investidores no mercado financeiro (grandes em quantidade, qualidade é outra história que demoraria muito para contar aqui). O Portus consegue, digamos, ser a exceção à regra, o patinho feio. Que não consegue virar cisne. 

Do outro lado, temos um programa que já deveria estar implantado há 20 anos – mas "saiu do papel" há um ano, que é o Porto Sem Papel. Uma ova! No primeiro aniversário, a integração eletrônica não está integrada nem pela Alfândega, nem pela Vigiagro, nem pela Polícia Federal, nem pela Marinha e – pasmem – nem pela própria Codesp!

Diga, leitor: a frase do general Jorge Ernesto não é genial?...
Fonte: portuaria pe

Sem comentários: