¨Estamos tentando corrigir uma
trapalhada que fizeram no passado", disse recentemente o general Jorge
Ernesto Pinto Fraxe, diretor geral do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes, o Dnit. A frase era específica sobre
algumas besteiras encontradas na BR-101, mas pode ser vista igualmente
em toda a área de Transportes – na qual incluo, apesar dos
desmembramentos non sense, também a área de Portos, e até indiretamente o Fundo de Pensão Portus.
Não é de hoje que vejo as
"trapalhadas" dos governos nessa área. Primeiro, politizaram (e coloco o
verbo na terceira pessoa, porque a farra envolve todos os partidos
políticos) demasiadamente a gestão portuária, a tal ponto que a tal da
gestão portuária parece não existir há
mais de uma década, em termos de integração de esforços, de diretrizes,
metas, ou mesmo do simples exercício cotidiano da função de gestor.
Era tal a bagunça, que os portos
precisaram sair do âmbito do Ministério dos Transportes – que também não
gere os aeroportos nacionais, outra fonte de corrupção e problemas. Criou-se
uma secretaria especial para os portos. Se tal fosse possível, talvez
tivessem criado também um ministério para cuidar de cada rodovia, de
cada ferrovia, ainda que nelas não trafegasse um só caminhão ou vagão de
trem.
Caso tais
desmembramentos tivessem se consumado, ficaria bem claro para todos o
que hoje é uma realidade meio escondida – ninguém fala com ninguém, a
não ser dentro de parâmetros partidários, não há integração de ações e
tarefas. Nem vou sonhar em integração com os demais agentes que
participam da atividade portuária, como Vigilância Sanitária, Alfândega
etc.
Então, de um lado temos o fundo de
pensão Portus quase falido e processando as companhias docas para
receber os valores a que tem direito. Valores que deveriam ter sido
pagos oito, dez anos atrás. Os fundos de pensão costumam ser entidades
endinheiradas, grandes investidores no mercado financeiro (grandes em
quantidade, qualidade é outra história que demoraria muito para contar
aqui). O Portus consegue, digamos, ser a exceção à regra, o patinho
feio. Que não consegue virar cisne.
Do outro
lado, temos um programa que já deveria estar implantado há 20 anos – mas
"saiu do papel" há um ano, que é o Porto Sem Papel. Uma ova! No
primeiro aniversário, a integração eletrônica não está integrada nem
pela Alfândega, nem pela Vigiagro, nem pela Polícia Federal, nem pela
Marinha e – pasmem – nem pela própria Codesp!
Diga, leitor: a frase do general Jorge Ernesto não é genial?...
Fonte: portuaria pe
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