Os deputados do PS eleitos por Aveiro mostraram-se hoje preocupados com o novo modelo de gestão portuária. Os deputados socialistas, após terem reunido com a Comunidade Portuária e a Administração do Porto de Aveiro, disseram que “não é claro o que o Governo tenciona fazer”, mas uma das suas preocupações é “que se altere o que funciona bem. Os portos têm sido um sector que funciona bem e não há portos deficitários no país”. Helena André, que esteve acompanhada por Pedro Nuno Santos, Filipe Neto Brandão e Sérgio Sousa Pinto, além de representantes das estruturas locais do PS, questionou os objetivos do Governo ao empreender a reforma da gestão portuária, centralizando as estruturas a norte e a sul.
“Vemos um risco de captura pelas empresas privadas em relação ao que tem sido uma gestão exemplar dos portos. Queremos saber quais são os benefícios para o Centro do país e que as empresas exportadoras dos distritos de Aveiro, Coimbra e Viseu podem ter com essa gestão centralizada dos portos”, disse. A deputada revelou que existe “uma grande preocupação pelo interesse do porto de Leixões em relação aos portos de Aveiro e Figueira da Foz” e criticou que se comece “a entrar em esquemas pouco claros quanto aos benefícios para as empresas” exportadoras da região que usam aqueles dois portos do Centro do país. Para Helena André não existe sequer qualquer estudo, mesmo do ponto de vista de economias de escala, que demonstre as vantagens dessa centralização que o Governo se prepara para fazer.
“Entendemos que o que é preciso é promover a competitividade entre os portos, para atrair investimento e mais atividade, e vamos seguir esta questão com grande preocupação. A centralização impede que haja uma concorrência sã. Se a gestão for centralizada não há competitividade entre os portos. Se houver uma tentativa de fundir Leixões, Aveiro e Figueira [da Foz], Leixões terá a capacidade de impor os interesses do Norte, que não são necessariamente os mesmos do Centro”, avisou. A socialista revelou a intenção de “conversar com os deputados dos outros partidos eleitos por Aveiro, Coimbra e Viseu, para discutir com eles essas preocupações e ter uma posição comum de força, em defesa dos interesses da região quanto à gestão dos portos”.
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