O movimento global de transporte de mercadorias apresenta
sinais de estagnação, segundo dados divulgados pelo International Transport
Forum relativos ao primeiro trimestre de 2012. A desaceleração é mais acentuada
na União Europeia e indicia uma quebra na atividade económica. O comércio
externo total por mar (em toneladas) permanece abaixo dos níveis anteriores à
crise na União Europeia e Estados Unidos, com uma quebra de cinco e seis por
cento, respetivamente. A carga aérea, por outro lado, apresenta tendências
opostas: enquanto nos países da União Europeia se registou uma diminuição de
quatro por cento no primeiro trimestre de 2012 em relação a período homólogo de
2008, enquanto nos Estados Unidos se verificou, em igual período, um aumento de
um por cento.
Entre os países da União Europeia, a economia alemã é aquela
que demonstra resistência face a uma tendência de estagnação. O comércio total
por mar tem vindo a crescer durante a crise e está agora 12 por cento acima dos
níveis anteriores à crise. A carga aérea recuperou rapidamente até ao final de
2009, depois abrandou e agora dá indícios de voltar a subir. Por outro lado, o
transporte marítimo e aéreo em França e no Reino Unido continua abaixo dos
níveis anteriores à crise. No geral, a fraca procura doméstica nas economias
avançadas reflete-se em fluxos de importação que permanecem abaixo dos níveis
de 2008, com exceção da Alemanha. As exportações para os países BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China) e Ásia permanecem a locomotiva do crescimento. As
exportações por transporte marítimo da União Europeia e dos Estados Unidos para
os BRIC atingiram novos máximos em março de 2012, com crescimentos de 52 e 59
por cento, respetivamente, em relação a 2008. Todavia, as exportações por
transporte marítimo para a Ásia dão sinais de abrandamento. As exportações da
União Europeia para a China baixaram acentuadamente. O transporte aéreo da
União Europeia para os BRICS e para a Ásia confirma esta tendência de
desaceleração, permanecendo estáveis, após a quebra verificada em meados de
2011.
O transporte terrestre por modo ferroviário e rodoviário
continua a refletir a fraca recuperação na procura doméstica, especialmente na
União Europeia. No último trimestre de 2011, o transporte ferroviário caiu sete
por cento em relação aos níveis anteriores à crise, enquanto o ritmo de
crescimento do transporte rodoviário continua lento. O transporte ferroviário
nos Estados Unidos e na Rússia recuperou dos níveis anteriores à crise,
salientando as diferenças de performance entre estes mercados e a região da
União Europeia.
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