17 de janeiro de 2012

O porto apresenta um ar tranquilo.

Depois desta paragem a que praticamente fomos obrigados, e de começar a assentar nos carris da rotina, posso ser conduzido a uma falsa conclusão. Estas experiências sucessivas a que fomos sujeitos fizeram com que se comece que a pensar no destino a que este trilho incerto nos pode levar. O trabalho que antes nos cegava, tornou-se agora numa desagradável sensação oca, de esvaziamento. Este é agora o duro conforto da realidade, e eu pergunto-me se os problemas da ETP alguma vez desapareceram. Não me parece, foram apenas camuflados pelo trabalho que existia no passado aqui no porto de Aveiro. Mas o que é realmente a ETP para as empresas de estiva? As expectativas e a forma como os conflitos foram geridos no porto? No meio desta barafunda toda, que confiança tinha o trabalhador na proposta do patrão para abandonar o sector? Toda alguma coisa tem de ser falsa, não acham? Com todos estes silêncios estranhos, contradições e omissões, responder a todas estas perguntas, requer um grande esforço de imaginação e um amplo recurso à especulação. Estamos a atingir um ponto sem retorno, e posso estar enganado, mas nós temos de encontrar uma solução que mesmo que não sendo perfeita, poderá vir a ser uma solução possível. Não podemos viver na ilusão de que as coisas irão melhorar milagrosamente. No entanto e pegando no tal rácio de produtividade tonelada/homem, pergunto-me porque nunca se entrou em lay-off ? Neste caso, a empresa deixava de suportar o pagamento da totalidade do salário, passando a ser responsável apenas por 30% desse valor e o restante do valor era assegurado pela Segurança Social. E assim os trabalhadores combinavam entre si que períodos de trabalho faria cada um. Se o tal rácio já era assim tão baixo na altura, porque não ter entrado em lay-off?Até uma empresa que ardeu,(SICASAL) conseguiu voltar a erguer-se e nós neste sector, não conseguimos?
Já agora, pergunto se anda por ai alguma factura portuária em circulação a ver o que de mais caro ela contém?Fomos tentando enfrentar a realidade, enquanto alguém sabia disto e não quis saber, e agora pura e simplesmente nos quer jogar fora. Cabe-nos a todos, pesar e analisar as contradições e as inconsistências das partes, e no futuro que rapidamente se aproxima, decidir…( sacrifício da nossa parte...,vamos todos...,ou vamos sozinhos...?)

Cumprimentos a todos 08

2 comentários:

Herculano disse...

Orlando, eu desconhecia essa aplicação da «lay-off», mas como dizes nunca foi tida como alternativa, ou passou por falta de conhecimento. Aludes ao futuro e eu penso que é tempo de limpar as armas e mudarmos de discurso. O Governo acabou de implementar medidas muito fortes sem racionalidade, sem equilíbrio, fragilizando totalmente o estatuto do trabalhador. E a somar a isso, junta-lhe o processo de Insolvência da nossa empresa ETP. Um abraço.

EstivadoresAveiro disse...

Vamos ver no que vão dar os próximos dias. E a partir daí tirar conclusões.
Abraço
O.Miguel08