17 de janeiro de 2012

Fesmarpor critica entidades com competência na jurisdição da atividade portuária

Em carta aberta, a direção da Fesmarpor fez um rescaldo da paralisação dos portos na semana de 9 a 14 de janeiro, lamentando "o alheamento, a censurável passividade e a indesculpável irresponsabilidade das diferentes entidades oficiais que exercem competências na área de jurisdição da atividade portuária". Os visados são, em particular, a APA – Administração do Porto de Aveiro, a Entidade Reguladora do Setor, IPTM - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, e o Ministério da Economia e do Emprego (na esfera da intervenção específica da Secretaria de Estado dos Transportes).
A Fesmarpor acrescenta mesmo que as entidades acima referidas "falharam rotundamente pela patente indiferença que lhes mereceu o sacrifício da paralisação dos portos", na medida em que "se abstiveram de assumir iniciativas e de promover ações que permitissem superar a crise laboral que deu origem a essa paralisação". Acrescenta ainda que foram em vão as tentativas levadas a cabo pela Confederação Sindical "no sentido de sensibilizar tais entidades para uma previsível e desejável concertação de interesses".
"A passividade e o alheamento dos referidos Organismos da Administração Pública deixaram, lamentavelmente e desse modo, de prosseguir o interesse público e é por isso que não podem deixar de ser publicamente responsabilizados pela paralisação dos portos e pelos assinaláveis prejuízos que dela decorreram para a economia nacional", coclui a Fesmarpor.

Rescaldo do conflito laboral no porto de Aveiro


A Fesmarpor, através dos Sindicatos Marítimos e Portuários seus filiados, e em conjunto com os Sindicatos da área setorial (SNTAP – Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias, OFICIAISMAR – Sindicato dos Capitães, Oficiais, Pilotos, Comissários e Engenheiros da Marinha Mercante e STE – Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos), também se pronunciou sobre a situação do conflito laboral vigente no porto de Aveiro, que levou à realização da greve ocorrida na passada semana.

Da análise à situação, sairam as seguintes conclusões: O facto de continuar sem resolução o conflito laboral no porto de Aveiro; A ausência de diálogo e disponibilidade por parte da Associação/ Empresas de Estiva do porto de Aveiro; O voto expresso de solidariedade e a disponibilidade de apoio incondicional à luta dos trabalhadores do porto de Aveiro, manifestada pelos Sindicatos filiados na Confederação bem como de outros sindicatos setoriais; A enorme manifestação de solidariedade e coesão demonstrada na jornada de luta, por cerca de 80% dos trabalhadores portuários deste País; A decisão de não implementação imediata de novas medidas tendentes a resolver o conflito, enquanto não ocorrer a reunião que está agendada com a Secretaria de Estado dos Transportes para o próximo dia 18 de janeiro; A reiteração da disponibilidade das Estruturas sindicais para, por via do diálogo e do compromisso com as restantes Entidades, procurar encontrar pelo consenso e concertação, uma solução que permita a viabilização da ETP do porto de Aveiro e a manutenção dos postos de trabalho dos respectivos trabalhadores.

Estivadores espanhóis solidários com os colegas portugueses

Quem também já se pronunciou sobre a greve da passada semana foram os estivadores espanhóis que "entendem que as reivindicações dos seus companheiros lusos são justas e a greve, que celebraram na passada semana, necessária".

Em comunicado, a CEEP (Coordenadora Estatal de Estivadores Portuários), afirmam que a greve "foi absolutamente pertinente e uma ferramenta necessária para travar uma situação que se vislumbra abusiva".

"Estamos muito atentos à próxima reunião entre os representantes dos trabalhadores e o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro. Esperamos que desse encontro saia uma aproximação de ideias, estamos muito preocupados pelos nossos companheiros e por aquilo que pode ser uma experiência piloto que posteriormente queiram reproduzir no resto dos países europeus", referiu Antolín Goya, coordenador dos estivadores espanhóis.
Fonte: CARGONEWS

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