5 de janeiro de 2012

A culpa é do Geppetto! Só pode…(texto completo)

Sim, porque não tivesse ele esculpido o Pinóquio, ou tivesse escolhido melhor a qualidade da matéria-prima – sem aquele bicho da madeira - e não teríamos hoje tantos e tão fracos, clones ou genuínos, apenas sendo certo que quando nos livramos de uns, outros aparecem – em jeito de praga - e seguem os mesmos passos, por todas as portas, com cara de “Casper”, de crista levantada e, santidade é tudo aquilo que estes zés pereiras não têm…
O caos que se instalou em Portugal, faz lembrar a cidade alemã de Hamelin. Demasiados boys que nunca chegarão a ser Homens com “eles” no sítio! Precisam-se urgentemente verdadeiros Estadistas neste país, pois o povo já não acredita mais e mais no Pai Natal, pelo menos no deste ano que passou! Hoje, Fátima, o Fado e o Futebol já não O adormece…
E ainda há todos aqueles que proliferam nos “bons lugares públicos” que todos nós contribuintes pagamos. O que fazem? Talvez ninguém o saiba, e eu, em boa verdade, só sei o que não fazem… E então vem-me logo à memória o “meu” querido porto de Aveiro, o “meu” sector portuário e um tal instituto espelhado que deveria regular os portos deste país, sim, deveria… Inimputáveis, inúteis, dispensáveis e seguidores zelosos de Pilatos! Seguidores das palavras do Pinho chinês e promotores de Impérios. Impérios dos sentidos… do mal! Voltou o velho oeste com os fora da lei do costume, a instalarem-se nos portos e a encetarem mais uma vez a corrida ao “ouro”… É muita engenharia e construção! Nada que um G4 não seja capaz de fazer. Às idiotices de uma velha e gorda nogueira, junta-se um pacote de leite – de preferência fora do prazo de validade -, envolve-se os ingredientes e coloca-se tudo numa caldeirinha em lume brando e, no fim, rega-se abundantemente com um porto Fonseca. Et voilá, le plat est déjà cuit et prêt à servir… frio! De Matias, não têm nada estes “chefs”! São demasiados coelhos nas tocas do poder… Assim não há memorando de entendimento que aguente, nem troika que não sinta vergonha e, não core até! Porque afinal hoje em Portugal, já se rouba aqueles que trabalham, já se rouba aqueles que todos os dias derramam sangue, suor e lágrimas, já se rouba aqueles que comem o pão que o diabo amassou. Tira-se aos pobres para dar aos ricos… Porque só assim, a economia de um país pode crescer! Está dito! Dizem os supra-sumos, os iluminados, os boys, os tecnocratas mangas-de-alpaca, os que nunca trabalharam na vida, não sonham, não sabem e nem nunca saberão o que isso é… É o desenvolvimento dizem eles, é a tecnologia do “carteirista” dizemos nós…
E a fórmula está aí: despedimentos + salários baixos + cortes nas reformas + cortes nos subsídios de férias e de Natal + corte nas regalias conquistadas pelos trabalhadores ao longo dos anos + violação de direitos universais + corte no Estado Social + cortes na Saúde e no Ensino + aumento de impostos + aumento do custo de vida = crescimento económico… nos bolsos dos “comilões” habituais. Será um problema do programa escolar das universidades modernas que abrem ao fim de semana? Será resultado das novas oportunidades? “Aquelas” do filósofo rosa? Não, não senhor! É oportunismo puro, o da tal crise… A que tem de ser paga em nome da honra e do patriotismo. E não é necessário ir à universidade para saber quem a vai pagar. Os mesmos de sempre, ou seja, o “Zé”! Melhor é emigrar pá. Não diz o outro, não posso, não sou professor, vendemos antes o país aos chinos…
O jeito que não daria agora uma padeira que corresse com todos esses “Filipes” – sim, porque já diz o povo que de Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos, bem, da Alemanha e de França também não -, ou um flautista, ou os dois!
Maldito Geppetto que nem para entalhar serves…
Eu, no meu imaginário, continuo a preferir o Zé Carioca aos Pinóquios deste país, não por força daquele acordo que nos põe a falar português ao som do samba, não, essencialmente pelo facto de ser mais terra à terra, ou seja, mentiste e “comeste” logo… Grande Rosinha! Mais houvessem… Mas de quem eu gosto mesmo é do Zé do Telhado, do Robin Hood, do Zorro e … de todos os HERÓIS do 25 de Abril de 1974!
As Tertúlias estão aí outra vez em cada esquina, em cada café, em cada sótão! Pressinto que o povo virá para a rua, sente-se, cheira…

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