11 de janeiro de 2012

Acidente com tremonha no Brasil

Os Sindicatos da Estiva e Arrumadores estão de luto em São Francisco do Sul, pela morte de dois dos seus trabalhadores: Alvaro José da Costa Júnior (Estiva) e Ismael de Oliveira Costa (Arrumadores). A fatalidade se deu por volta das 9 horas deste dia 11 de Janeiro, no turno da manhã, que havia iniciado às 7 horas e iria até as 13 horas, no terminal da Empresa TESC.
    Os trabalhadores faziam o desembarque de fertilizantes, através de uma espécie de guindaste em forma de concha, chamado Grab, que retirava a carga do porão do navio e despejava em um funil (moega), de aproximadamente 12 metros de altura, sobre os caminhões. Ismael trabalhava na casinhola da moega, enquanto que Alvaro estava subindo a escada do navio, quando a estrutura não suportou o peso da carga e ruiu, tombando, para o lado em que estava a embarcação ancorada, bem no ponto em que estava a escada na qual Alvaro se encontrava. A queda foi muito rápida e não deu tempo dos dois trabalhadores se safarem.


   Para o Presidente dos Sindicatos dos Arrumadores, Claudionor Marcelino, não houve acidente e sim omissão por parte dos responsáveis pela segurança do trabalhador portuário, no caso o OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra, entidade patronal comandada em São Francisco do Sul pelas empresas de operadores portuários. Antes do turno começar, o OGMO havia realizado os procedimentos de inspeção de segurança e dado ok para os inícios dos trabalhos, confirmando assim que não havia riscos de acidentes.
    Parece que a primeira falha de segurança já foi a de permitir, operação desta natureza, junto à escada do navio, o que segundo o Sindicato dos Arrumadores não é permitido. Outra questão são as condições precárias dos equipamentos, como era o caso da estrutura que ruiu e que, de acordo com os trabalhadores portuários, eram péssimas e não deviam estar em funcionamento naquele estado, ou seja, o que ocorreu já estava premeditado e foi apenas uma questão de tempo. Ouvimos uma testemunha que viu recentemente uma dessas moegas sendo soldadas, como uma “gambiarra” no improviso para sustentar mais sobrecarga até que o pior viesse acontecer, como ocorreu.
    Não é de hoje que ouve-se reclamações sobre as más condições de trabalho e falta de segurança no Porto de São Francisco do Sul, seja público ou privado, e os trabalhadores estão sempre em último lugar, num sistema extremamente ganancioso onde a única lógica é ganhar sempre mais e mais dinheiro. O certo é que se as coisas não mudarem drasticamente mais vidas ainda serão ceifadas em nome do capital e da boa vida de meia dúzia de mandatários locais.
    Vamos aguardar os próximos acontecimentos e esperar que a devida justiça seja feita, mesmo que qualquer justiça não sirva para devolver a vida dos dois trabalhadores francisquenses.
Fonte: o ilheu

Sem comentários: