Tenho acompanhado,
tanto quanto me é possível e com sobeja preocupação, a vossa “luta”. Ela teve
plena legitimidade sindical e autêntico sentido social.
Entretanto no decurso
da disputa, foi produzido, bem ou mal, mas indestrutível, um acordo, e na
decorrência do mesmo, foi em reunião do Conselho de Ministros do pretérito dia
20, aprovada uma proposta de lei, que visa alterar o regime jurídico do
trabalho portuário. Todos sabemos que a partir desse momento a reversão é
dificílima, se não mesmo impossível. Restará o período de 30 dias de discussão pública, para durante ele se
fazer chegar à Assembleia da República as propostas, as solicitações ou os
reparos que as associações sindicais e demais interessados, possam entender
como pertinentes.
Analisados os termos
do articulado constante daquela proposta de lei, constitui minha humilde
conclusão, que, os seus efeitos práticos sob a forma de lei, não serão assim
tão gravosos quanto se te temia e se fez propalar.
Assim, e não vejam
nisto uma intromissão que de todo não quero para mim, mas ter dado início ao
período de greve em curso, constituiu um erro. Continuá-la ou prosseguir em
novos períodos de greve, será persistir no erro. Não resultam, não advirão daí
quaisquer benefícios de espécie alguma para os trabalhadores, e o porto de
Aveiro vosso local de trabalho, sairá bastante agredido.
Deixem-me dizer-vos,
que efeitos mais graves do que aqueles que possam resultar da prevista
alteração de lei cuja matriz é conhecida, serão aqueles que resultam da
efectiva e gravíssima inexistência de diálogo sócio-laboral entre parceiros
sociais locais. Ausência de diálogo que, tanto quanto me é dado saber, se tem
perpetuado e agudizado.
É do meu ponto de
vista urgente, importantíssimo para o porto de Aveiro, seus trabalhadores e
agentes económicos, que o diálogo seja reatado.
Empenhem-se assim
todos em criar as necessárias condições para que essa ausência de diálogo,
vosso verdadeiro “calcanhar de aquiles” deixe de ser uma indesejável e
perniciosa realidade.
Saudações Sindicais
Fernando da C. Gomes
26 de Setembro de 2012
2 comentários:
Em relação à opinião do amigo e colega Fernando Gomes, quero dizer que a subscrevo inteiramente. Certamente que o apelo que ele induz será vivamente aceite e consubstanciado à realidade dos portuários de Aveiro.
Herculano
Olá Herculano,
fica o registo da tua opinião em relação a este tema.
Cumprimentos
O.Miguel08
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