26 de setembro de 2012

Gouveia Lopes: "Portos conseguiram posicionar-se como um setor essencial para a economia"

                                        O porto de Setúbal recebeu, esta terça-feira, uma reunião da Conferência dos Presidentes das Comissões Parlamentares (CPCP), iniciativa que pela primeira vez se realizou fora do Palácio de São Bento, no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Mar.
Em entrevista à CARGO Vídeos, Carlos Gouveia Lopes, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e anfitrião desta iniciativa, congratulou-se por ter sido visto no porto de Setúbal o local ideal para a realização desta primeira reunião fora do Palácio de São Bento, explicando ainda a importânca do porto de Setúbal para o desenvolvimento, um dos temas em discussão na reunião.


De acordo com Maria Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República, este tipo de reuniões começarão a ser cada vez mais frequentes, de forma a colocar em prática uma ideia de "descentralização da Assembleia da República". "O facto de ter sido o porto de Setúbal o escolhido para esta primeira iniciativa deve-se a um conjunto de vontades mas também a um conjunto de coincidências, como a comemoração do Dia Mundial do Mar mas também por Setúbal se fazer representar em grande maioria nesta Conferência de Presidentes", acrescentou Assunção Esteves, a qual se mostrou ainda agradada por "inaugurar esta descentralização em volta de um tema como o Mar".

O programa desta reunião centrou-se, entre outros, em volta do tema “A importância do Mar para o desenvolvimento”, painel para o qual foram convidados a intervir Carlos Gouveia Lopes, presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) e anfitrião, e Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Sines (APS).

Na sua intervenção, Carlos Gouveia Lopes começou por congratular-se pela honra de ter no porto de Setúbal esta reunião (como de resto afirmou na entrevista à CARGO), destacando a importância do transporte marítimo e dos portos para a economia global e para Portugal em particular. "No que diz respeito ao transporte de mercadorias por via marítima, representa cerca de 90% do volume do transporte mundial, com vantagens económicas e ambientais, visto que é o modo de transporte que emite menos CO2 por tonelada transportada", lembrou o presidente da APSS.

"Neste contexto, os portos surgem como elemento chave na articulação desta imensa cadeia logística, desde a simples cabotagem ao transporte intercontinental, e constituem as verdadeiras portas de entrada e de saída das mercadorias", acrescentou Carlos Gouveia Lopes, salientando ainda que, no nosso país, "nos últimos anos os portos conseguiram posicionar-se como um setor essencial para a economia, evoluiram de uma oferta quase passiva de infraestruturas portuárias para parceiros muito ativos do tecido empresarial", sendo que "os portos de Setúbal e Sesimbra são um desses casos".

Para Lídia Sequeira, é vital "garantir a ligação de Portugal com o mundo", sendo que "para afirmar a centralidade da nossa localização geográfica, o transporte marítimo assume um papel importante e os portos, como nós multimodais da cadeia logística de transporte, são essenciais para agilizar os fluxos de transporte e aumentar a eficiência da economia nacional".

"Os portos portugueses têm uma localização privilegiada na fachada atlântica, situando-se no cruzamento das principais rotas Norte-Sul e Este-Oeste", referiu Lídia Sequeira, debruçando-se depois sobre alguns dos principais entraves ao crescimento dos portos nacionais: "Para que possam cumprir a função modal entre o transporte marítimo e o transporte terrestre, são essenciais boas conexões ferroviárias e rodoviárias e estas não foram planeadas ao longo dos anos sendo hoje insuficientes ou inexistentes". Ainda de acordo com a presidente da APS, "essa insuficiência tem que ser rapidamente suprida".

A intervenção de Lídia Sequeira prosseguiu com uma abordagem ao porto de Sines em particular, o qual se assume como "o maior porto nacional", declarações que poderão ser lidas na íntegra no próximo número da CARGO.

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