28 de setembro de 2012

Afinal talvez aqui haja uma situação gravosa.

Muito bom dia.
Companheiros de luta, sou um colega vosso de Lisboa, trabalhador eventual.
Sou um visitante assíduo do vosso blogue.
Nesta minha ultima visita, li o artigo do Sr. Fernando da C. Gomes com o titulo É PRECISO REFLECTIR, e na minha modesta opinião, merece resposta.
Se partilharem da minha opinião por favor publiquem a seguinte resposta.


Exmo. Senhor Fernando da C. Gomes
A sua sobeja preocupação com a nossa luta, imagino que nada tenha a ver com a delicada situação que os trabalhadores portuários vivem actualmente.
Refere e bem que a nossa luta teve plena legitimidade sindical e sentido social, palavras bonitas a roçar o solidário, mas mesmo assim sou obrigado a discordar, pois “teve” faz parte do passado, e nós “estamos” em greve , estamos em luta.
Caso não tenha acompanhado a nossa luta, ou não tenha entendido as nossas razões, e apenas tenha lido o diploma dos ditadores liberais, o que parece ser uma forte hipótese face às suas considerações no fim do primeiro paragrafo.  -“…Não serão assim tão gravosos quanto se te temia e se fez propalar….” 


Será que… A perda de postos de trabalho na ordem dos 75%, é assim tão menos temível do que a perda de 100% dos mesmos?  Será uma situação gravosa, será temível?
Isto é só a ponta do icebergue, e visto este ser um blogue do sector, não será preciso acrescentar aqui mais nada, pois todos estão ao corrente da delicada e complexa jornada que enfrentamos.
É claro que será difícil mudar a situação, devido a maioria PP/JSD existente na AR (que país o meu), mas isso qualquer “estivador” com a 4ª classe sabe, não precisa de puxar dos galões e nos ensinar.
Espero que as suas palavras não destabilizem nenhum estivador, pois afirmar que a nossa única forma legal de luta, constitui um erro, será o mesmo que incentivar a outras formas, as ilegais. Isso sim seria um erro.
Desistir nunca. Não fomos ouvidos na elaboração do diploma, o governo publicamente afirmou o contrário. 
É nosso desejo contribuir para a legislação que vai modificar a nossa relação laboral e por conseguinte a nossa vida. Desejamos o diálogo, mas nós somos os parentes pobres da relação, somos a parte dos não doutores. Quem é que tem o dever de defender a nação? Nós? Não.
Estamos disponíveis, mas não aceitaremos qualquer injustiça, nunca nos calaremos, não somos pessoas de medo, acreditamos na justiça.

Enquanto houverem tribunais em Portugal, a nossa luta continuará.

Afinal talvez aqui haja uma situação gravosa.

Paulo Antunes..

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