22 de fevereiro de 2013

Greve nos portos brasileiros mexe com os preços da soja

                      
 São Paulo - A perspectiva de greve nos portos brasileiros preocupa o setor agrícola do país, que começa a colher e escoar a maior safra de grãos da história.
Trabalhadores portuários marcaram paralisações em portos de todo o Brasil na sexta-feira e na terça-feira da próxima semana para protestar contra mudanças que o governo quer implementar nos portos por meio da Medida Provisória 595.
Uma greve poderia prejudicar ainda mais as exportações agrícolas, isso numa safra que o setor já enfrentaria grandes desafios em função da logística e infraestrutura deficitária do país.
"A gente reza para não acontecer", disse o presidente da Associação Nacional Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, em entrevista à Reuters.
A entidade estima que será embarcado um volume recorde de soja nesta safra da ordem de 39 a 40 milhões de toneladas, ante uma média de 30 a 33 milhões de toneladas em anos anteriores.
Depois de uma máxima histórica nas exportações de milho em 2012, de cerca de 20 milhões de toneladas, a Anec projeta que ainda serão exportados cerca de 18 milhões de toneladas em 2013.
"É preciso que tudo dê certo em termos de infraestrutura. Não se pode nem pensar em greve", completou.O empresário Walter Horita, importante produtor de soja, milho e algodão do Oeste da Bahia, também se diz preocupado com os desafios de logística do país.
"Produzir e não ter porto é pior que não ter produção", disse ele à Reuters durante evento em São Paulo, destacando que as safras brasileiras cresceram nos últimos anos, mas houve pouca ampliação da capacidade portuária.O atual gargalo nos portos, que pode ser agravado por uma greve, é um dos fatores que pode causar o chamado "caos logístico" nesta safra.Outros pontos de preocupação são o aumento do custo do diesel e a falta caminhões provocada por uma nova lei, que restringe a carga horário dos motoristas.

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