17 de fevereiro de 2013

Estivadores Brasileiros mobilizam-se e podem deflagrar greve no setor em breve

Os trabalhadores no setor portuário brasileiro podem entrar em grave, nos próximos dias.
Ontem, os representantes da classe solicitaram, ao Governo Federal, uma ampla discussão a respeito das alterações advindas em decorrência da Medida Provisória (MP) 595/2012, que trata da reestruturação dos portos brasileiros. Na próxima semana, os trabalhadores vão fazer assembleias para decidir se entram em greve, ou não. “Todo mundo sabe que se o estivador não quiser trabalhar, não tem como nem importar nem exportar nada”, disse o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. 
Ele se reuniu, ontem, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (foto), para quem afirmou que o novo sistema vai “matar” os portos públicos, além de gerar muitos prejuízos para os trabalhadores, com o decorrer do tempo. “Realmente, o governo não mexeu nos direitos dos trabalhadores agora, mas, na medida em que você tem um porto privado ao lado de um porto público, ele vai quebrar o porto público, porque o público tem um custo maior e todos os direitos dos trabalhadores serão perdidos”, ressaltou.
TRAMITANDO
A Medida Provisória 595/2012, que está em tramitação no Congresso Nacional, deverá ser analisada até o dia 17 de março, quando começa a trancar a pauta. A matéria recebeu 646 emendas no Senado e será analisada por uma comissão parlamentar mista, que deve ser instalada nos próximos dias.
A ministra Gleisi Hoffmann explicou que o objetivo da MP é promover uma maior competitividade ao setor portuário brasileiro e reduzir o Custo Brasil.

Segundo ela, o Governo Federal acredita na competitividade dos portos públicos. “Do jeito que vocês falam, parece que o nosso porto é ineficaz, caro, demorado e que não vai aguentar uma competição. Eu não aposto nisso, acredito nos portos brasileiros e sei que eles vão encarar bem a competição e a modernização que é tão necessária”, disse a ministra.
Hoffmann afirmou que os direitos dos trabalhadores não serão afetados por causa das mudanças, uma vez que os mesmos pontos da legislação atual foram mantidos.
O ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, disse que a MP estabelece metas para a gestão dos portos. Segundo ele, o governo poderá mudar pontos da medida que prejudiquem os trabalhadores. O plano de incentivo ao setor portuário brasileiro, lançado pelo governo no final do ano passado, promete uma série de investimentos da ordem de R$ 54 bilhões, beneficiando a 18 portos, a maioria privados.

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