8 de dezembro de 2012

opinião - EMPOBRECER ALEGREMENTE ! (OU A LUTA EXEMPLAR DOS ESTIVADORES) Por Armando Teixeira

Há na atitude de subserviência do governo português, no seu posicionamento de cócoras em relação aos ditames dos credores franco-alemães, qualquer coisa do orgulho salazarento, mas também um profundo desprezo pelo povo que diz defender e que cada vez enterra mais (no desemprego, na insolvência, na ruína, na pobreza, na miséria e fome).
1. Eis a fórmula mágica da agenda ideológica da direita ultraliberal em Portugal!

Antigamente dizia-se por mofa, que viver da agricultura era a forma de empobrecer alegremente.
Esta forma de “castigo” foi adoptada pelo triunvirato Passos/Portas/Gaspar, por esta ordem ou outra qualquer, porque os principais fautores da desgraça no nosso país, usam e abusam da arbitrariedade (do sofisma ou do chanfalho, conforme as situações!...). Os portugueses pobrezinhos mas honrados têm de cumprir o fado de espiarem o pecado original de “terem vivido acima das posses, comendo bifes todos os dias” (Jonet dixit).
Há na atitude de subserviência do governo português, no seu posicionamento de cócoras em relação aos ditames dos credores franco-alemães, qualquer coisa do orgulho salazarento, mas também um profundo desprezo pelo povo que diz defender e que cada vez enterra mais (no desemprego, na insolvência, na ruína, na pobreza, na miséria e fome).
Oliveira Salazar com o “estado novo” reaccionário e ditatorial “castigou” os desmandos dos republicanos desavindos e golpistas. A cartilha política das “reformas estruturais” do PSD/CDS, pretende castigar o povo de Abril que ousou fazer uma revolução democrática que pela primeira vez em novecentos anos de história pátria, retirou o domínio político ao poder económico das classes burguesas capitalistas, latifundiárias, monopolistas, banqueiro-financeiras, nacionais e transnacionais.


2. Os trabalhadores da estiva dos portos de Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal, têm travado uma luta exemplar contra uma lei que faz retroceder as relações de trabalho no sector, à precariedade e à vil exploração dos tempos do regime fascista.
Este caso tornou-se paradigmático:
- Pela votação da Lei na Assembleia da República por toda a direita com o apoio do Partido Socialista, que volta a posicionar-se onde sempre tem estado, preso no psico-drama de “estar contra, estando de acordo”.
- Pelas “lágrimas de crocodilo” de Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), e de outros comentadores encartados e muito bem pagos para verte-las, fazendo coro no muro de lamentações à direita, sobre os “prejuízos para a economia nacional de uma greve sem justificação” (para MRS nenhuma se justifica, fura-as todas!).
- Pela intervenção fraldiqueira do CDS/PP, pela voz do senhor Hélder Amaral, useiro e vezeiro em charlas reaccionárias, dignas da Assembleia Nacional dos tempos de Casal Ribeiro e Cia. Será por os estivadores gritarem nas manifes, “Passos escuta, és um filho da ….” que o sr. Amaral disse que têm uma profissão sexy?!
- Pelas declarações patéticas do ministro da Economia, Santos Pereira. de que os estivadores não estão a colaborar no esforço de recuperação nacional. Recuperação?! Havemos de estar no fundo do poço e os cangalheiros do governo, da Europa usurária e da América imperialista, a gritarem que estamos no bom caminho!
Esta é uma acção exemplar dentro da luta mais geral pela demissão e derrota da política de ruína nacional, que vai ser muito dura e prolongada!

Brº, 7/12/12
Armando Teixeira
rostos.pt

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