A Associação de Empresas de Trabalho Portuário de Lisboa (A-ETPL) advertiu hoje os seus associados que a manutenção da greve parcial dos estivadores no Porto de Lisboa levará "inevitavelmente" a medidas do lado da despesa, como despedimentos.
Em nota endereçada aos seus sete associados, e a que a agência Lusa
teve acesso, a A-ETPL aponta que a "única forma de se ultrapassar" o
desvio negativo previsto para 2013 entre receitas e despesas, "para além
da eventual revisão da tabela de faturação", passa pela "tomada de
medidas céleres pelo lado das despesas, com redução drástica de custos
com pessoal".
Tal, aponta a entidade, "conduzirá inevitavelmente à redução de
pessoal excedentário através da sua dispensa com recurso a instrumentos
previstos no Código do Trabalho".
Questionado pela Lusa, o administrador da ETP Caldas Simões adianta
que não há por ora "nenhum plano de despedimento ou prazos para tal",
até porque ainda espera, "a bem de todos", o reverter da greve, cujo
mais recente pré-aviso está agendado até 07 de janeiro.
A "drástica redução" esperada de redução de pessoal requisitado para o
trabalho portuário levará, a manter-se a greve, a um "brutal impacto
negativo na faturação", assinala o responsável.
O Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul vai prolongar até 07 de
janeiro a greve parcial de algumas horas por turno que estava prevista
até final do ano.
Relativamente aos anteriores pré-avisos de greve, o atual
distingue-se pela recusa de qualquer serviço que tenha como origem ou
destino o Porto de Leixões.
Nos termos do documento, que respeita ao período entre 31 de dezembro
e 07 de janeiro, os trabalhadores dos portos de Lisboa, Aveiro,
Figueira da Foz, Setúbal e Sines “abster-se-ão de prestar quaisquer
funções ou serviços que tenham por objeto a movimentação de cargas que,
por via marítima, ferroviária ou rodoviária, provenham do porto de
Leixões ou que se destinem a esse porto”.
Devido às limitações causadas pela greve nos portos do centro e sul,
os portos de Leixões e de Sines, que não aderiram à greve, têm sido
procurados como alternativa, registando um forte aumento do movimento.
Os estivadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e
Aveiro estão em sucessivas greves desde setembro, altura em que o
Ministério da Economia anunciou ter chegado a acordo com um conjunto de
sindicatos afetos à UGT e operadores portuários relativamente ao novo
regime do trabalho portuário, destinado a aumentar a competitividade dos
portos nacionais.
Segundo o Ministro da Economia, as sucessivas greves dos portos, que
começaram em setembro, já terão custado cerca de 1.200 milhões de euros.diario digital
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