A ETP de Lisboa arrisca perdas operacionais de 1,4 milhões de euros por causa das greves dos estivadores. Reduzir custos fixos é imperativo. Despedir pessoal pode tornar-se inevitável, admitiu ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS uma fonte da Empresa de Trabalho Portuário.
“Preocupada”, a Direcção da ETP do porto da capital escreveu aos seus associados (essencialmente empresas dos grupos ETE e Mota-Engil) alertando-os para a situação das contas da empresa e para a necessidade de adoptar medidas para reduzir os custos.
A ETP de Lisboa conta 198 trabalhadores, 180 dos quais integram o quadro. No último trimestre, o volume de trabalho prestado aos operadores portuários caiu “cerca de 40%”, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS uma fonte da empresa, que optou por não ser identificada. As receitas baixaram na proporção, colocando em risco o equilíbrio das contas.
A Direcção da ETP estima agora que o ano corrente se salde por um prejuízo operacional na casa dos 1,4 milhões de euros. E daí a missiva enviada aos associados
“O orçamento para 2013, elaborado em Outubro, terá de será revisto”, acrescentou a mesma fonte. “Os custos fixos são muito elevados, insuportáveis mesmo caso se mantenha a actual situação”.
A situação da ETP de Aveiro, entretanto declarada insolvente, vem necessariamente à mente. Mas o caso de Lisboa é, para já, muito diferente. Ainda que “se nada for feito, e se se mantiverem as greves, os despedimentos possam tornar-se inevitáveis”. Mas “nada foi proposto nesse sentido”, asseverou.
Para já, a ETP da capital aguarda o feedback dos associados. E também espera que os trabalhadores aceitem negociar com os operadores. “Continuamos disponíveis. Já fizemos várias propostas para resolver o impasse, mas os sindicatos estiveram mais virados para o Governo. Pode ser que agora, com a nova lei aprovada, mostrem mais abertura ao diálogo com os operadores”, concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário