A Associação dos Portos de Portugal (APP) desejou hoje que a
discussão pública do relatório do grupo de trabalho para as
infraestruturas de elevado valor permita chegar a "consenso" e garantir
"longevidade" nas prioridades de investimento público.
"É fundamental que, como se passa em outros países, se chegue a
consenso e se garanta longevidade nas prioridades de investimento a
longo prazo, independentemente dos ciclos políticos", afirmou o
presidente da APP, em mensagem escrita à agência Lusa.
No entender de Vítor Caldeirinha, as "necessidades de investimento do
setor portuário até 2020" estão "espelhadas" no documento apresentado
ao Governo na segunda-feira, que aponta os portos e a ferrovia como
prioridades.O setor dos transportes marítimos, admitiu o também presidente da
Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, "deve passar a ser
aposta nacional na orientação de Portugal para o mar, como já aconteceu
noutros países vizinhos".
"Os portos portugueses têm um grande número de pequenos e médios
investimentos que são fundamentais para a melhoria da capacidade e da
eficiência com incidências na competitividade do país. Com pouco
investimento, o impacto no país pode ser enorme", reforçou.
O relatório do grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado
valor entra na quarta-feira em discussão pública e define 30 projetos
prioritários a nível nacional, entre os quais se destacam a expansão do
porto de Sines, a construção de um terminal de águas profundas em Lisboa
e a modernização da linha do norte, refere a imprensa de hoje.
A conclusão do túnel do Marão e a abertura de um novo terminal de
carga no aeroporto de Lisboa são outros dos projetos escolhidos entre
uma lista prévia de 238 potenciais investimentos indicados pelo Governo.
Os projetos definidos como prioritários para os próximos seis anos
envolvem um investimento global superior a cinco mil milhões de euros,
sendo que 18 das obras estão ligadas ao setor marítimo, oito ao
ferroviário, duas ao rodoviário e outras duas ao aeroportuário.
Vítor Caldeirinha evidenciou a particularidade de as conclusões terem
resultado de um "trabalho conjunto realizado por muitas entidades",
durante o qual "as empresas e a economia real" foram "chamadas a definir
os investimentos estratégicos em transportes de forma consensual e
alargada".
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