O
porto de Lisboa tem, desde há cerca de uma semana, uma nova empresa
de trabalho portuário em laboração. A Porlis arrancou com uma dúzia
de quadros, mas deverá crescer rapidamente para o triplo. Em
resposta, o sindicato dos estivadores convocou nova greve.
Depois de Aveiro, é agora a vez de Lisboa ter uma segunda empresa de
trabalho portuário, promovida por operados privados. No caso, a
Porlis – Empresa de Trabalho Portuário, Lda. foi constituída pela
Liscont, Sotagus, TMB e Multiterminal, apurou o TRANSPORTES &
NEGÓCIOS.
Obtida a necessária certificação pelo IMT / IPTM, a nova empresa
iniciou as operações há poucos dias, laborando com uma dúzia de
trabalhadores portuários formados pela Fernave. O contingente deverá
em breve triplicar, uma vez que o plano de formação contempla esse
número de trabalhadores.
A
criação de uma segunda empresa de trabalho portuário adivinhava-se
face ao arrastar do conflito laboral que opõe o sindicato dos
estivadores e os operadores portuários. Nova greve, entre 27 do
corrente e 3 de Fevereiro já está marcada, precisamente para
contestar a utilização dos novos trabalhadores portuários.
Em
declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, Joana Coelho,
secretária-geral da AOPL e presidente da A-ETPL, refutou as críticas
do sindicato dos estivadores, insistindo em que a ETP “precisa de
pessoal e até já fizemos várias tentativas para recontratar os
trabalhadores dispensados no início de 2013”.
A
criação da nova empresa, acrescentou, terá resultado, precisamente,
“ da incapacidade da ETP em satisfazer as necessidades dos
operadores, por causa das regras impostas pelo sindicato que limitam
as contratações”.
Na
sequência da quebra de actividade em 2012, que a ETP diz ter sido de
“50%”, foram dispensados no início de 2013 “cerca de 40
trabalhadores com contrato a termo que não foi renovado”, referiu a
presidente da empresa. Desde então, assegurou, “já por mais de uma
vez tentamos contratar desses trabalhadores, com condições iguais às
que tinham antes de serem dispensados, mas não o conseguimos!”.
Actualmente a A-ETPL emprega “cerca de 140 trabalhadores portuários,
120 efectivos e 20 eventuais”. A agravar a escassez de mão-de-obra
estará a taxa de absentismo, “que ronda os 30%”, concluiu Joana
Coelho.
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