A arqueação é a medida do volume interno de uma embarcação. A arqueação
de cada navio compreende a arqueação bruta e a arqueação liquida.
Actualmente, as medidas de arqueação internacionalmente em vigor
consistem em valores dimensionais obtidos por formulas de cálculo onde
entram os volumes expressos em metros cúbicos, o número de passageiros, o
pontal e a imersão de cada navio.
A antiga arqueação - segundo o Sistema Moorsom, que vigorou até 1994 -
era medida em toneladas de arqueação (equivalentes a 100 pés cúbicos ou
2,83 metros cúbicos), sendo por isso também referida frequentemente como
"tonelagem de arqueação" ou simplesmente "tonelagem". A utilização do
termo "tonelagem" para designar a nova arqueação é
tecnicamente incorrecta.
Como é referida frequentemente como "tonelagem" (termo normalmente
associado à tonelada de massa), a arqueação é muitas vezes confundida
com uma medida de massa ou de peso. O termo refere-se contudo ao tonel,
uma antiga unidade de medida de volume. Assim, tanto a arqueação antiga
como a actual são exclusivamente medidas de volume. A massa e o peso dos
navios são expressos por deslocamento e pelo porte.(Wikipedia)
Conforme se refere acima, também as novas normas definidas relativamente
ao sistema “Moorsom”, foram estudadas por uma comissão nomeada pelo
governo português, durante o ano de 1876, com a prorrogativa de
apresentar sugestões alternativas para serem utilizadas no país.
Todavia, de acordo com a notícia que abaixo se transcreve, a aceitação
das normas a nível internacional, foram seguramente a alavanca que viria
a servir de base à homologação da lei, que acto contínuo passou a
vigorar em Portugal.
Foi nomeada em tempos uma comissão composta pelos srs.: presidente,
conselheiro Palmeiro Pinto; major de artilharia, Venancio Costa;
capitão-tenente, J.J. de Almeida; engenheiro naval, Cassiano Marques;
chefe de serviço da alfândega de Lisboa, Nuno Porto; agente consular,
Hucthins e relator secretário, Schiappa de Azevedo, chefe da repartição
de minas.
Esta comissão fora encarregada de examinar a legislação pátria e
estrangeira sobre arqueação e medição de embarcações e propor um novo
sistema de serviço. A comissão entregou ontem os seus trabalhos, que
serão decerto aproveitados.
A sua opinião é que seja adotado o sistema inglês “Moorson”, com a
modificação de referir a capacidade dos navios em unidades equivalentes
ao sistema métrico decimal. Deste modo a arqueação será feita por um
processo geométrico, pelo qual se calculará com rigor matemático o
volume inteiro de qualquer navio.
Entre o método actualmente empregado e o que vai ser adotado, não há que
hesitar, sendo a preferência pelo segundo. Parece que ao método em uso
se deve em grande parte certo número de naufrágios, pois que os
construtores viciam a forma dos navios, com o intuito fraudulento de
acrescentar carga sem aumento proporcional de direitos.
Parece que a respeito desta circunstância mais de uma vez houvera
reclamações. O novo método proposto está adotado com mais ou menos
modificações de pouca importância nas principais nações marítimas.
(In jornal “Comércio do Porto”, de 28 de Dezembro de 1876)
Fonte: navios e navegadores
Sem comentários:
Enviar um comentário