22 de dezembro de 2011

ETP de Aveiro sem 250 mil euros para pagar subsídios

A ETP de Aveiro deverá encerrar o ano corrente com um resultado negativo de entre 230 mil e 250 mil euros, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS. O pedido de insolvência apresentado visará a reestruturação.
 A empresa que gere a mão-de-obra portuária em Aveiro não terá dívidas ao fisco nem à Segurança Social. Mas este ano não pagou o subsídio de férias e o subsídio de Natal. Faltam cerca de 250 mil euros.A situação não é nova. Já em 2009, o atraso no pagamento do subsídio de férias motivou a paralisação dos trabalhadores. Repete-se agora porque as causas que ditaram então a falta de dinheiro mantiveram-se ou agravaram-se.A alteração no tipo de mercadorias movimentadas em Aveiro e o melhor apetrechamento das empresas que ali operam são apontadas como razões para o menor recurso aos trabalhadores da ETP. Como se isso não bastasse, a crise e a diminuição do movimento portuário deram mais uma machadada nas receitas. Que terão caído dos cerca de 300 mil euros mensais, ainda em 2007, para a casa dos 180 mil euros, agora.Nas circunstâncias actuais, com pouco mais de 60 trabalhadores portuários efectivos (e perto de duas dezenas eventuais), o quadro de pessoal é excessivo, é dito.Soluções haverá várias, conjugadas ou não: a rescisão com trabalhadores, a revisão das cláusulas contratuais, o aumento da contribuição das empresas utilizadoras.
A intransigência de trabalhadores e empresas portuárias têm-nas inviabilizado a todas.O pedido de insolvência, apresentado pelas empresas portuárias, é, assim, visto como uma saída para reestruturar a ETP. A menos que se dê o “milagre” do entendimento entre as partes, o passo seguinte será a nomeação de um gestor judicial, que ficará encarregado de apresentar uma proposta para viabilizar a empresa (ninguém quer admitir sequer outro cenário).No entretanto, o sindicato dos trabalhadores do porto de Aveiro anuncia uma greve total para o início de Janeiro. E confia que, na sequência do recente encontro nacional da Figueira da Foz, de onde saiu a decisão de avançar para um sindicato único para todo o país, terá a solidariedade dos demais portos, à excepção de Leixões.

Na verdade, di-lo quem sabe, o “caso” de Aveiro corre o risco de tornar-se um “balão de ensaio” de sindicatos, comunidades portuárias e Governo para o processo (que se adivinha conflituoso) de revisão da legislação do sector portuário que Portugal está obrigado a fazer nos próximos meses.
Transportes e Negócios

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