24 de outubro de 2011

ON PEUT SE DIRE AUREVOIR PLUSIERS FOIS

Quando viajo para outro país, e me instalo num lugar, tenho tido a tentação de comparar com o lugar onde resido e vivo mais tempo. Quero concluir acerca das minhas comparações que vivo num lugar que me acolheu, mas existem outros nos quais gostaria também de viver: cidade de Grenoble, França. Além de ser vistosa, reserva bons espaços para se caminhar à vontade e tem muitas ciclo vias.  
Quem sobe de teleférico até ao Fort de la Bastille, e depois de lá visiona a cidade, parece que as montanhas se afastaram para deixar um amplo espaço de muitos hectares, imenso e espectacularmente plano, banhado pelos rios Isère e Drak. É considerada por uns como a capital dos Alpes Franceses e se torna especial por esta sua geografia. Esta cidade francesa, com cerca de meio milhão de habitantes, está também bem localizada. Situa-se a 104 km de Lyon e 141 km de Genève .
Há gente que trabalha nesta cidade e vive num lugar das montanhas que a ladeiam e circundam. O turista pode facilmente visitar as montanhas e escolher, por exemplo, Vercors. Nesta direcção, e saindo de Grenoble sempre a subir, encontramos a uma povoação chamada Villard de Lans . As casas típicas, o prado verde, a água límpida a correr no pequeno ribeiro, as vacas gordas a pastarem, a montanha presente e o ar moderadamente fresco, criam no visitante boas emoções e a vontade de percorrer a pé aqueles caminhos e apreciar a boa tranquilidade.

Voltando à cidade de Grenoble, notamos, com agrado, a presença de uma sociedade multicultural. A maioria das pessoas não me pareceu  triste nem estressada; este ambiente de calmaria convida-nos a percorrê-la a pé, de tramway  ou de bicicleta, para melhor a visitarmos e conhecê-la.  A bicicleta, em Grenoble, é um meio de transporte diário utilizado por jovens e adultos de todas as idades, profissões e classes sociais.  Pagando três euros por dia e a respectiva caução fiz um passeio, ao longo de uma via tranquila, paralela ao rio Isère, desfrutando da companhia de um professor português lá residente, a quem estou muito grato. 
 Muitos museus e bibliotecas para visitar, mas o tempo para isso foi escasso. Ao longo da semana,  pudemos ainda  visitar “Le Musée de La Résistense et de La Déportation” , importantíssimo arquivo de  objectos, fotografias, áudio e outros documentos que retratam  um passado  recente da história dos franceses, isto é,  o movimento da resistência, em oposição às tropas nazis invasoras, na  II Guerra Mundial.  Durante o ano inteiro,  o Museu da Resistência  se encontra  fechado em apenas três dias feriados.
Além desses aspectos culturais, quero partilhar uma outra experiência, esta vivida num restaurante biológico, com preços muito económicos.  Apreciei a mestria  na confecção e apresentação de diversas iguarias,  quase todos de base vegetal.  A proprietária, uma senhora romena, que atende os clientes com um calor humano que muito me tocou,  estudou matemática no seu país e hoje vive em França, com a família. Sozinha, administra o seu muito pequeno restaurante, numa prova de grande capacidade de organização.
E chegaram ao fim os dias bem passados em França, graças à pessoa que me é muita querida. A viagem para ligação ao aeroporto Saint-Exupéry, de Grenoble até Lyon, foi confortável num autocarro da empresa  “Navettes”. E as bagagens foram colocadas no porão de uma aeronave da Easyjet, que nestas ocasiões dá muito jeito, pelo preço mais baixo, já que em França a alimentação e a dormida representam custos mais elevados para os portugueses, apesar da tabela máxima do IVA  não ultrapassar os 19,6%.
Um corrimão de acontecimentos que marcaram a minha visita a França e se tornaram numa boa experiência. Partilho-a convosco, com a mesma tranquilidade e emoção que senti, quando percorri espaços limpos ao lado de rostos também tranquilos em sinal da sua paz e boa saúde.

CS do 44+Cem

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