Quando viajo para outro país, e me instalo num lugar, tenho
tido a tentação de comparar com o lugar onde resido e vivo mais tempo. Quero
concluir acerca das minhas comparações que vivo num lugar que me acolheu, mas existem
outros nos quais gostaria também de viver: cidade de Grenoble, França. Além de ser
vistosa, reserva bons espaços para se caminhar à vontade e tem muitas ciclo
vias.
Quem sobe de teleférico até ao Fort de la Bastille, e depois
de lá visiona a cidade, parece que as montanhas se afastaram para deixar um
amplo espaço de muitos hectares, imenso e espectacularmente plano, banhado pelos
rios Isère e Drak. É considerada por uns como a capital dos Alpes Franceses e
se torna especial por esta sua geografia. Esta cidade francesa, com cerca de
meio milhão de habitantes, está também bem localizada. Situa-se a 104 km de
Lyon e 141 km de Genève .
Há gente que trabalha nesta cidade e vive num lugar das montanhas
que a ladeiam e circundam. O turista pode facilmente visitar as montanhas e
escolher, por exemplo, Vercors. Nesta direcção, e saindo de Grenoble sempre a
subir, encontramos a uma povoação chamada Villard de Lans . As casas típicas, o
prado verde, a água límpida a correr no pequeno ribeiro, as vacas gordas a
pastarem, a montanha presente e o ar moderadamente fresco, criam no visitante
boas emoções e a vontade de percorrer a pé aqueles caminhos e apreciar a boa
tranquilidade.
Voltando à cidade de Grenoble, notamos, com agrado, a
presença de uma sociedade multicultural. A maioria das pessoas não me pareceu triste nem estressada; este ambiente de
calmaria convida-nos a percorrê-la a pé, de tramway ou de bicicleta, para melhor a visitarmos e
conhecê-la. A bicicleta, em Grenoble, é
um meio de transporte diário utilizado por jovens e adultos de todas as idades,
profissões e classes sociais. Pagando três
euros por dia e a respectiva caução fiz um passeio, ao longo de uma via tranquila,
paralela ao rio Isère, desfrutando da companhia de um professor português lá residente,
a quem estou muito grato.
Muitos museus e
bibliotecas para visitar, mas o tempo para isso foi escasso. Ao longo da semana,
pudemos ainda visitar “Le Musée de La Résistense et de La
Déportation” , importantíssimo arquivo de objectos, fotografias, áudio e outros
documentos que retratam um passado recente da história dos franceses, isto é, o movimento da resistência, em oposição às
tropas nazis invasoras, na II Guerra
Mundial. Durante o ano inteiro, o Museu da Resistência se encontra fechado em apenas três dias feriados.
Além desses aspectos culturais, quero partilhar uma outra
experiência, esta vivida num restaurante biológico, com preços muito
económicos. Apreciei a mestria na confecção e apresentação de diversas iguarias, quase todos de base vegetal. A proprietária, uma senhora romena, que
atende os clientes com um calor humano que muito me tocou, estudou matemática no seu país e hoje vive em
França, com a família. Sozinha, administra o seu muito pequeno restaurante,
numa prova de grande capacidade de organização.
E chegaram ao fim os dias bem passados em França, graças à
pessoa que me é muita querida. A viagem para ligação ao aeroporto Saint-Exupéry,
de Grenoble até Lyon, foi confortável num autocarro da empresa “Navettes”. E as bagagens foram colocadas no
porão de uma aeronave da Easyjet, que nestas ocasiões dá muito jeito, pelo
preço mais baixo, já que em França a alimentação e a dormida representam custos
mais elevados para os portugueses, apesar da tabela máxima do IVA não ultrapassar os 19,6%.
Um corrimão de acontecimentos que marcaram a minha visita a
França e se tornaram numa boa experiência. Partilho-a convosco, com a mesma
tranquilidade e emoção que senti, quando percorri espaços limpos ao lado de
rostos também tranquilos em sinal da sua paz e boa saúde.
CS do 44+Cem
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