13 de outubro de 2012

Os portos franceses mostram-se a Portugal


"O Mercado do Mar em Portugal e França – oportunidades e parcerias" , o tema do seminário que a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF) promoveu dia 2 de Outubro, no Porto, mostrou a realidade e as ligações portuárias e marítimas dos dois países. Num dos dois temas essenciais do seminário, intitulado “A actividade portuária, transporte e logística marítima”, os participantes ficaram a conhecer os portos franceses. Pela voz do responsável do porto de La Rochelle, René Muratore, que identificou os portos franceses: “sete estaduais, que asseguram 99% do transporte por contentores”, sendo os demais regionais, com o restante do tráfego marítimo por contentores e 20% do demais. Com destaque para os portos de Havre e, claro, La Rochelle, René Muratore ofereceu os seus 103.000 metros quadrados (m2) de terraplenos, os 60.000 m2 de hangares disponíveis e o terminal petrolífero utilizável por dois navios em simultâneo aos potenciais interessados portugueses. Presentes, entre outros, os oradores da sessão de abertura: o presidente da Oceano XXI-Associação para o Conhecimento e Economia do Mar e da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves e o Presidente da CCILF, Bernard Chantrelle, bem como os demais participantes: os Presidentes da Associação dos Portos de Portugal e do Porto de Aveiro, José Luís Cacho, do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, João Carvalho, o vogal de substituição do Presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões, Brogueira Dias e o director do planeamento estratégico do porto de Lisboa, Marques Afonso (que se vai reformar ainda este ano).

 Curioso foi conhecer o modelo de governação do porto de La Rochelle, o único de águas profundas na fachada Atlântica da França: um Conselho de Supervisão composto por 17 membros (incluindo a Union Maritime), e um Conselho de Desenvolvimento com 30 membros...
 Para os dois países, importante é saber que ligações marítimas existem ou podem vir a existir a curto prazo. O tema foi apresentado, em francês, pelo coordenador europeu do projecto “Auto-Estradas do Mar”, Valente de Oliveira. O ex-ministro que tutelou o sector em Governos do PSD de Cavaco Silva e Durão Barroso recordou a definição dos três portos nacionais para o projecto, Leixões, Lisboa e Sines, mas que no lado francês incluem seis dos grandes portos franceses, ficando de fora...La Rochelle. Valente de Oliveira destacou a importância dos grandes projectos transeuropeus, nomeadamente os que se concretizaram: o aeroporto de Malpensa, em Itália, e a ponte que liga a Suécia e a Dinamarca. No sector marítimo-portuário e a servir Portugal e a França, Valente de Oliveira desatacou a aposta, há 40 anos, da ligação marítima entre o porto de Leixões e Saint-Nazaire, perto de Nantes. Hoje, chegar pela via marítima a este porto que liga-se a Paris em seis horas por estrada, pode ser feito através do porto espanhol de Gijón, nas Astúrias. Este serviço marítimo, que inclui terminal roll-on/roll-off, foi apresentado de seguida pela responsável comercial da LD Lines, Ana Máximo: 15 horas de travessia, três partidas semanais, a que Portugal chega em 9horas a partir do Porto por estrada.

Esta auto-estrada do Mar poderá brevemente ter uma séria concorrente, ainda mais interessante para Portugal:

Na cimeira hispano-francesa que decorreu quarta-feira passada, os Primeiros-Ministros espanhol, Mariano Rajoy, e francês, François Hollande reafirmaram intenção de criar uma segunda Auto-estrada do Mar (A-EM) na fachada atlântica, entre Nantes e Vigo, com conexões até Le Havre e Algeciras”.

O seminário, que de tarde analisou a energia e biotecnologia marinhas, contou com a presença no almoço-debate do secretário de Estado do Mar, Pinto de Abreu.

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