3 de agosto de 2012

Entidades e empresários da Região Centro contra novo modelo de gestão portuária

Governo prepara novo modelo sem ter dialogado com principais agentes económicos
Estiveram reunidas no Museu Marírimo de Ílhavo várias entidades do centro do país com o objetivo de debater ideias acerca dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz e demonstrar a sua preocupação com o novo modelo de gestão portuária que está a ser preparado pelo Governo.
Uma das críticas apontadas à tutela é o facto de “os agentes económicos, que deveriam ser os parceiros primeiros neste processo de reflexão,” não terem sido chamados à discussão, segundo José Couto, presidente do Conselho Empresarial do Centro/Câmara do Comércio e Indústria do Centro. O atual modelo proporciona “ganhos de competitividade para toda o território que decorrem de um bom funcionamento dos portos, entendidos como pilares do processo de logistica da Região Centro”, explica o presidente do CEC/CCIC.
O modelo atual de gestão portuária existe desde 2006, mas o Governo está a preparar um novo, que prevê a centralização em Lisboa da gestão dos portos da Figueira da Foz, Aveiro e Leixões. Para Jorge Bento, da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, o modelo que está em vigor “beneficia a economia, é eficiente e dele estão dependentes outros projetos da Região Centro”.
“Este modelo não é perfeito, mas pode ser otimizado e permitiu aos portos crescer e gerar receita”, aponta Hermano Sousa, da Comunidade Portuária da Figueira da Foz, dizendo que “há possibilidade de cortar custos no atual modelo de gestão, nomeadamente a nível de backoffice”. Para o responsável “a perca de autonomia é prejudicial aos portos, à região e às empresas”.
Ribau Esteves, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, salientou a “necessidade de competitividade entre os portos no desenvolvimento económico” - que se pode perder com o novo de modelo de gestão - e da importância dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz para o desenvolvimento económico da Região Centro. O autarca refere ainda os “benefícios de uma proximidade com as empresas do centro do país” e do “fortalecimento de um eixo alternativo a Lisboa - o eixo Braga-Leiria - capital para a geração de riqueza”.
Intitulado “O Papel dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz no Desenvolvimento Regional e no reforço da competitividade do Centro” o fórum é organizado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego (CIMBM), pelo Conselho Empresarial do Centro – Câmara de Comércio e Indústria do Centro (CEC-CCIC), pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), pela Comunidade Portuária de Aveiro (CPA) e pela Comunidade Portuária da Figueira da Foz (CPFF).
Em setembro vai realizar-se um novo fórum na Figueira da Foz.
 
Alguns números:
 
Porto de Aveiro
  • Considerada a maior infraestrutura de movimentação de carga geral convencional do Centro de Portugal;
  • Tráfego anual de cerca de 4 milhões de toneladas;
  • Tem 5 terminais adequados para movimentar todo o tipo de mercadorias e 2 terminais especializados para a pesca;
  • Tem uma das maiores capacidades de acostagem para terminais multiusos dos portos nacionais;
  • Dispõe de uma reserva de terrenos, destinada à implantação da plataforma Logística de Aveiro (incluída no Plano Logístico Nacional) que lhe permitirá acolher operações de armazenamento de longa duração e outras actividades logísticas e industriais.
Porto da Figueira da Foz
  • No ano de 2011 o crescimento ultrapassou os 6%. Isto a seguir a 2010, que foi um ano de ouro para a APFF. Bateu-se um novo record no que diz respeito à movimentação de mercadorias, deixando muito para trás a última melhor marca, alcançada em 2007 com 1.199.754,30 toneladas.
  • Em 2010 movimentaram-se, no Porto da Figueira da Foz, 1.615.891,18 toneladas de mercadorias, o que correspondeu a um aumento percentual de 37%.
  • ideiasconcertadas 

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