9 de agosto de 2011

O Tio Sam está doente.

Com alguma curiosidade, coloquei no meu PC o DVD intitulado “INSIDE JOB – A Verdade da Crise”. Com a ajuda da legendagem, porque o filme é em Inglês, passei a compor este texto, num exercício de aprendizagem, partilhando o tema com os amigos deste blogue,na certeza que o filme é um excelente documentário que vai contribuir para percebermos melhor a nossa história contemporânea.
 Quando o Presidente George W Bush tomou posse em 2001, o sector financeiro americano estava consideravelmente mais lucrativo, mais concentrado e poderoso do que nunca. A dominar o sector estavam cinco bancos de investimento, dois conglomerados (Citigroup e JP Morgan), três seguradoras de títulos (AIG, MBIA e AMBAC) e três agências de rating (Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch).
  Os elementos estavam todos ligados por uma “cadeia alimentar”securitizada num novo sistema que lidava com biliões de dólares em milhares de hipotecas e outros empréstimos, a investidores em todo o mundo, para compras a crédito incluindo empréstimos a estudantes para a compra de carros, para criarem produtos derivados complexos a que chamavam activos tóxicos ou CDO’s A consequente explosão imobiliária, tendo origem numa euforia especulativa, fez duplicar o preço das casas, chegando a registar-se uma inflação de 194% em 2007.

 Os derivados constituíam um mercado de 50 biliões de dólares, totalmente livre. Os ganhos dos Bancos dependiam agora intensamente deste tipo de actividades e os grandes banqueiros conseguiram impedir que este mercado fosse regulado e fiscalizado pelos respectivos Governos. Essa aposta visou também na subida e na queda do preço do crude, na falência de empresas e na melhor ocasião.
Em Setembro de 2008 o Lehman Brothers, um dos mais prestigiados Bancos de Investimento americano e do mundo, foi forçado a abrir falência, causando de imediato efeitos negativos em todos os mercados financeiros.
Também em 2008, a AIG, considerada a maior Companhia de Seguros, entra em colapso. Estes acontecimentos desencadearam uma crise financeira global, tendo as acções das grandes praças financeiras registado a maior quebra percentual da sua história. Não devemos esquecer o efeito imediato que produziu: trinta milhões de cidadãos americanos caíram do desemprego e a dívida dos Estados Unidos duplicou.
Esta crise, como se explica no filme não foi acidental. As chamadas “armas de destruição maciça”, criadas por uma gigantesca especulação financeira da banca que, usando produtos derivados e facilitação ao crédito, apostou virtualmente em tudo, beneficiando da complacência dos políticos e governantes que não quiserem regulamentar esta engenharia financeira de elevado risco.
O resgate da AIG aprovada pelo Presidente Bush acabou por custar aos contribuintes mais de 150 mil milhões de dólares, num mundo muito globalizado, onde as economias estão todas ligadas.
A terminar, deixo-vos a seguinte frase, retirada do referido filme e que traduz um inquietante simbolismo: “Os reguladores não trabalharam bem, diz o Procurador, porque tinham o poder para implementar todas as minhas decisões, enquanto procurador”.
CS, 44+Cem

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