O governo grego de Alexis Tsipras decidiu suspender o programa de privatizações nos transportes e quer rever o acordo com a Cosco no porto do Pireu. O governo de Pequim diz-se “extremamente preocupado”.
Fiel às promessas eleitorais do Syriza, o governo de Atenas saído das eleições do passado fim de semana formalizou a decisão de suspender o programa de privatizações acordado com a troika.
No caso dos portos está em causa, desde logo, a venda de 67% do capital da Autoridade Portuária do Pireu (o maior porto do país) e do porto de Tessalónica (o segundo maior). No primeiro caso, há cinco candidatos selecionados: Cosco, APM Terminals, Ports of America, ITCSI e a capital de risco Utilico Emerging Markets. No segundo foram escolhidos sete candidatos, entre eles a APM Terminals, a P&O Steam Navigation/Yilport Holding e um consórcio entre os caminhos-de-ferro russos (RZD) e um grupo de construção helénico.
Mas o plano de privatizações abrangia a venda parcial de outros dez portos – Volos, Rafina, Igoumenitsa, Patras, Alexandroupoli, Iraklio, Elefsina, Lavrio, Corfu e Kavala -, além do operador ferroviário Trainose e vários aeroportos regionais.
A Cosco garantiu, em 2009, um contrato de concessão do terminal de contentores do Pireu por um período de 35 anos, e em Novembro do ano passado assinou um novo contrato para um investimento de mais 230 milhões de euros na expansão da infra-estrutura.
O anúncio do arranque da construção da terceira fase Piraeus Container Terminal (PCT) aconteceu já depois das eleições do passado fim de semana. As obras vão aumentar a capacidade anual do porto nos arredores de Atenas, de 3,7 milhões para 6,2 milhões de TEU.
Agora, o responsável governamental grego para o sector do shipping, Thodoris Dritsas, disse à “Reuters” que “o negócio com a Cosco será revisto em benefício do povo grego”.
O governo de Pequim reagiu de imediato. O Ministério do Comércio chinês manifestou.se
“extremamente preocupado” com o anúncio de Atenas. “Tencionamos exortar
o governo grego a proteger os direitos e interesses legais das
sociedades chinesas na Grécia, incluindo a Cosco”, declarou o porta-voz
do ministério, Shen Danyang.
O
tráfego de contentores no PCT subiu 18,5% em 2014, para perto de três
milhões de TEU. Em 2008, o Pireu movimentou quase sete vezes menos: 433
mil TEU.
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