6 de junho de 2012

"A mão-de-obra portuária representa, atualmente, mais de 60 por cento dos custos portuários" (António Belmar da Costa)

O presidente do IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, defende que «é fundamental a alteração do código laboral para que o sistema portuário seja mais eficaz». João Carvalho, que falava durante a mesa-redonda dedicado ao tema “Transportes no Futuro”, organizada pela Auto-Sueco, que teve lugar no pavilhão da Volvo, no espaço da “Race Village” da Volvo Ocean Race, evento que está a decorrer em Lisboa até ao próximo dia 10 de julho, defendeu ainda que «devem existir medidas de diferenciação positiva que beneficiem os armadores nacionais» de modo a manter as companhias de bandeira em território nacional. Outra das personalidades convidadas, António Belmar da Costa, presidente da AGEPOR – Associação dos Agentes de Navegação, também defendeu o mesmo, referindo que «a mão-de-obra portuária representa, atualmente, mais de 60 por cento dos custos portuários» adiantando ainda que é necessário «baixar custos de modo a sermos mais competitivos em relação aos restantes portos europeus». Belmar da Costa salientou que «as exportações estão a funcionar, principalmente para fora da Europa», no entanto refere que «só poderemos crescer se formos buscar as cargas que não são nossas». Já o presidente da APP – Associação dos Portos de Portugal, José Luís Cacho, defendeu que «os portos deram um salto qualitativo muito grande nos últimos dez anos», mas que existe espaço para que a lei dos portos possa «ser melhorada».
O também presidente do porto de Aveiro abordou a questão da oportunidade que o alargamento do Canal do Panamá poderá trazer para o mercado português, fazendo com que deixemos de ser periféricos e para o facto de ser «fundamental» existir uma intermodalidade no transporte de mercadorias. Mas não foram só os representantes do setor marítimo-portuário no debate a defenderem a reforma do código laboral vigente. Abel Marques, secretário-geral da ANTRAM – Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Públicos de Mercadorias, também defendeu que a legislação laboral «está desajustada à atividade do transporte rodoviário de mercadorias». Marques falou ainda sobre as dificuldades com que as empresas do setor se debatem e mostrou a sua preocupação pelo facto de Portugal ser um país periférico e de não existir maior flexibilidade no sector. Guy Viseu, dos Transportes Álvaro Figueiredo, realçou a importância do transporte rodoviário na Europa, responsável por 70 por cento das mercadorias transportadas. Para Guy Viseu, o futuro do transporte rodoviário de mercadorias passa pelo transporte multimodal, revelando que «o transporte tem de fazer parte de uma cadeia logística e as empresas têm de ser cada vez mais operadores logísticos». O administrador dos Transportes Álvaro Figueiredo reiterou ainda a sua preocupação pela escalada do preço dos combustíveis nos últimos anos, revelando ainda que a «incapacidade financeira das empresas não lhes permite reinvestir no mercado» e que o setor dos transportes rodoviários de mercadorias necessitava de passar por uma política de aquisições e fusões de modo a trazer mais valor ao sector e à Economia nacional.

Está na moda opinar sobre alterações na legislação portuária...

1 comentário:

EstivadoresAveiro disse...

Devo dizer que depois de ter "privado" numa página das redes sociais com o senhor Belmar da Costa, não fiquei com muito boa impressão das afirmações que este mesmo senhor deixou que fossem publicadas na sua pagina pessoal da referida rede social. Desta vez,o senhor António Belmar da Costa disse algumas inverdades. Pois como se pode ler nas afirmações que o senhor proferiu,ele diz que a mão de obra é cara. Sabendo ele melhor que ninguém que o que devia ser dito é que A ESTIVA É CARA, e não a mão de obra.Para quem percebe a diferença não será muito difícil fazer a comparação entre uma coisa e a outra. Estas afirmações devem ser baseadas em alguma coisa para o senhor falar assim. No entanto pode ser que o senhor Belmar da Costa venha um dia a poder esclarecer melhor o que foi dito nesta entrevista. Devo dizer também ao senhor Belmar da Costa, que aqui por Aveiro nesta semana que esta quase a passar se trabalhou todos os dias Das 8 da manha até ás 24. Mesmo na situação em que nos encontramos, fizemos de tudo para que nenhum navio ficasse por trabalhar aqui em Aveiro. Ficam alguns sim, mas é porque por exemplo a nossa administração não fez obras nos armazéns e não temos onde colocar o produto. De resto ao senhor Belmar da Costa, não lhe fica bem dizer estas coisas e a seguir fechar a sua pagina social. Já agora, uma pergunta que fica no ar, porque é que não fazemos parte a comunidade portuária de Aveiro?

Cumprimentos
O.Miguel08