Ao fim de algumas
horas à frente da TVI 24, neste dia 24 de Novembro de 2011, tenho matéria para
crónica. Acima de tudo, por ter acompanhado a emissão em directo, a cobertura
dos resultados da “Greve Geral” e das manifestações que ocorreram na cidade do Porto,
mas sobretudo em Lisboa.
Esta minha
disponibilidade de hoje tem a ver com a posição que assumi na presença do
pré-aviso de greve divulgado pelo meu Sindicato, face ao qual, foi decidida a
nossa adesão e participação. A minha manhã foi preenchida por um treino com a
minha amarelinha em muitas pedaladas até à Palhaça e regresso, para um
necessário e estimulante exercício físico.
À tarde e quase em exclusivo dedicada a outro exercício: procurar, entre a multidão dos manifestantes, os coletes fluorescentes com a marca “Docker Aveiro” e também caras conhecidas dos colegas que hoje se deslocaram a Lisboa para participarem na manifestação.
À tarde e quase em exclusivo dedicada a outro exercício: procurar, entre a multidão dos manifestantes, os coletes fluorescentes com a marca “Docker Aveiro” e também caras conhecidas dos colegas que hoje se deslocaram a Lisboa para participarem na manifestação.
Desde logo uma
satisfação: muita gente a desfilar, a TVI 24 a seguir a frente da CGTP e a outra
dos “Indignados”, e os jornalistas a descobrir os coletes com uma expressão,
trazida da célebre manifestação de Estrasburgo em Janeiro de 2006, que se
mantém viva até hoje: “Don’t fuck my
Job”. Nas imagens também vi cartazes curiosos com estas mensagens: “Há quem
tenha medo que o medo acabe” e “Viva a Internet sem censura”.
Sempre no mesmo
canal, assisti ao programa realizado em estúdio. O convidado, José Adelino
Maltez,, referiu que existe revolta social, mas está embrulhada em muitas
indiferenças. Que os Sindicatos abordaram a greve-geral com parcimónia e
responsabilidade. Que Portugal é dos países da Europa com maior défice
sindical. Citou texto a “Morgadinha dos Canaviais” de Júlio Dinis na rábula do
boi que aguentando a canga, vai humildemente obedecendo ao dono no duro
trabalho da lavoura, quando pela sua força o podia negar. O boi cangado, era
para o autor, o Povo Português.
Vi e ouvi com muito
interesse o discurso de Carvalho da Silva. Eram dezasseis horas e quarenta
minutos. Durante o pronunciamento do líder, o realizador mostra o local onde se
encontravam os meus colegas de profissão, também ouvindo o discurso, talvez o
mais vivo e contundente feito por Carvalho da Silva nos últimos anos. A nota
geral foi afirmar que se tratou de uma greve de grande esforço e de um
pronunciamento de apresentação de alternativas para a situação económica e
social do País por várias entidades. Outra nota de Carvalho da Silva foi a
afirmação que milhares de trabalhadoras e trabalhadores Portugueses estão a ficar
privados de agir e pensar.
De lamentar, ao
longo do dia e em alguns locais, a intervenção de agentes da GNR que impediram
com violência a ação dos piquetes de greve destacados nos locais de trabalho.
Foi bastante condenada esta atitude policial contra esta prática dentro da
legalidade e normalidade.
Fazendo votos de não
ter sido em vão o esforço resultante do dia da greve, da presença dos grupos
que se manifestaram contra as políticas do empobrecimento defendida e reforçada
pelos partidos políticos que conhecemos e que o nosso esforço de cidadania não
seja ainda mais penalizado por outras medidas de ordem externa como são as
agências de rating, me despeço com abraço de solidariedade e admiração por
todos que hoje lutaram para tornar a nossa sociedade melhor e com mais pão para
a boca.
44+Cem.
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