O que se especulava desde o tempo de Pitágoras teve fim a 8 de
setembro de 1522, com o fim da primeira circum-navegação da história.
A tese tida como heresia pelos eclesiásticos portugueses e vista com
fascinação por astrónomos transformou-se em facto comprovado: a Terra é
realmente redonda. E foi Fernão de Magalhães, um navegador que servia
Portugal, fazendo expedições e descobertas de aplopterras para o rei
Dom Manuel, que deu início a essa aventura.
Magalhães não se dava por satisfeito com suas viagens grandiosas e
sonhava ser o primeiro a dar a volta ao mundo. Sua meta inovadora
contradizia os dogmas cristãos, pois a Igreja achava que a Terra era
quadrada. Aos poucos, ele manchava sua posição perante o reino católico.
O navegador português, que esperava apoio e mais dinheiro do rei,
acabou desprezado e não recebendo recursos financeiros para seus planos.
Isso o levou a deixar Portugal e procurar reconhecimento no país
concorrente, a Espanha. Por causa do interesse que tinha nas Ilhas
Molucas (Indonésia), o rei Carlos 5º deu apoio ao fidalgo.
Viagem de descobertas
Em setembro de 1519, Fernão de Magalhães partiu para sua aventura
rumo ao Ocidente com cinco caravelas. Durante a viagem, teve de subjugar
várias revoltas das tripulações.
Ao chegar à costa sul-americana, a expedição foi navegando ao longo
dela para o sul, depois de visitar o Rio de Janeiro. Assim, o navegador
descobriu a passagem interoceânica que recebeu o seu nome, o Estreito de
Magalhães. Mais adiante, ao avistar um oceano, o batizou de Pacífico e,
um ano depois, descobriu as Ilhas Filipinas.
Sebastião del Cano, que fazia parte do grupo de Magalhães, ancorou em
Sevilha no dia 8 de setembro de 1522. Depois de anos de tempestades,
conflitos, fome e sede, o grupo chegou apenas com 18 sobreviventes dos
237 marinheiros que haviam partido para a viagem.
O próprio Fernão de Magalhães havia morrido num combate em 1521 nas Filipinas, sem completar a circunavegação.
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