Cheguei ontem
(6-8-2012) a esta Ilha da Graciosa, gracinha de terra rodeada de água por todos os
lados, como todas as lindas ilhas deste Arquipélago dos Açores. Qual é a ilha
que tem mais encanto? Elas são nove, já conheço sete, falta-me conhecer o Corvo
e as Flores, esta última eleita por muitos como a mais bela. Contudo, temos que
valorizar a beleza de cada uma e não compará-las.
Agora estou na «Ilha Branca», assim
chamada porque os Graciosenses escolheram a cor branca, noutro tempo, basicamente
a cal, para pintar as suas casas. As mais antigas não possuem reboco: são da
cor do basalto, casas modestas e já velhas, construídas pedra-a-pedra, quando
todos os pobres andavam descalços.
O Sr. José Luís Quadros, o meu taxista
de serviço foi um excelente cicerone. Contou-me, logo que iniciámos o percurso
pelo lado Norte da Ilha, que os habitantes mais antigos sofriam escassez de
água potável, sobretudo quando não chovia e consta que houve um tempo de seca,
em que a água era um bem muito procurado porque não havia em todos os lugares
da Ilha. Dirigiam-se à Caldeira e por cordas desciam até à Furna de Enxofre,
encontrando um pequeno lago de água fresca. Negava-se um copo de água numa casa
onde sua gente tinha as pipas cheias de vinho. Será que aqueles antepassados
levavam o vinho para a Terceira e S. Jorge e lá faziam a troca por agasalhos e
bens alimentares? Parece que assim era entre o Faial e o Pico: tu dás-me o
vinho que eu dou-te broa de milho.
A conversa com o taxista batia sempre
na lição de história que curiosamente ouvia. Passámos por casas de emigrantes
que vieram reconstrui-las com os dólares dos Estados Unidos ou do Canadá, ou
talvez ainda dos que embarcaram para o Brasil. Passámos pelo porto da Praia à
procura do amigo Manuel Maria Bettencourt, trabalhador portuário e amigo dos
Administradores do Blogue "Estivadores de Aveiro". Com um abraço,
transmiti-lhe os cumprimentos dos colegas do porto de Aveiro, e mais uma vez
agradeço àquele colega portuário a atenção que me dispensou.
Visitei a Furna do Enxofre e o taxista
aguardou, durante 40 minutos, o tempo que durou a subir e descer 183 degraus.
Tirei belas fotos para mostrar aos amigos pela Internet. Fomos almoçar ao Carapato,
um sítio espectacular que não se pode ignorar pelo conjunto de coisas
interessantes: as Termas de Enxofre, o Restaurante Dolphin, o Parque de
Campismo e as piscinas naturais. No fim da viagem, fiquei na Residencial Ilha
da Graciosa, quase no final da Av. Mouzinho de Albuquerque, de onde se vislumbra
o início da «Terra do Conde».
Contaram-me que a condensa da terra se
casou com um homem dinâmico, que se enamorou pel a Ilha e pelo casamento se
tornou conde - creio que foi o Conde de Simas, homem rico e muito viajado. Com
este feito trouxe ideias que implementou nesta Ilha. A Vila de Santa Cruz
possui evidentes vestígios do Senhor Conde. Construiu o edifício que é hoje a
sede da Câmara Municipal, onde morou apenas três anos porque entretanto
faleceu.
Hoje ao almoço experimentei uma bela
alcátra, bem conhecida e apreciada pelos visitantes destas ilhas. Ao jantar voltei
ao peixe, sempre fresco, nos restaurantes modestos e tranquilos. Poderia ter
alugado, por treze euros ao dia, uma bicicleta BTT, mas não o fiz por ser curta
a minha estadia e não ter companhia. Apreciei a arquitectura de alguns
edifícios, uns mais antigos, outros modernos, especialmente o Museu e a Biblioteca
Municipal, o nobre solar da Câmara, estes juntos à bonita praça Fontes Pereira
de Mello, onde, sobretudo no Verão, as pessoas mais se juntam. Na Rua do
Mercado encontram-se o Lar de Idosos (com seu ar de Hotel de quatro estrelas), o
Centro Cultural e o Mercado. Também fiquei bem impressionado pelo edifício e
restante espaço que pertencem à Escola Básica e Secundária. Por toda esta
arquitectura e funcionalidade podemos dar os parabéns aos Graciosenses.
Quando puderem, não
deixem de fazer uma viagem de sonho. Nos meses de Verão é mais apetecível.
Basta tomar um avião no Porto para a Terceira, e aí ficar na primeira semana de
Junho, Julho ou Agosto e depois apanhar
o barco para a Graciosa. Uma viagem colorida , diferente, para nunca mais
esquecer.
Um abraço do
44+Cem.
2 comentários:
Amigo Herculano, foi um prazer conhecê-lo, um dia espero voltar a vê-lo por aqui, quem sabe se não volta com os administradores deste grande blog, ou outro qualquer colega de Aveiro, são Bem Vindos!
Um Abraço para o Amigo Herculano, e para os colegas de Aveiro!
Manuel
Nunca se sabe Manuel,
ele diz que eu ia gostar da Graciosa.
A ver vamos.
Abraço
O.Miguel08
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