O presidente da Câmara de Matosinhos está contra o plano do Governo para o sector portuário português 5+1, por considerar que põe em causa o papel estratégico que o Porto de Leixões tem desempenhado na economia da região.
Lamentando “o silêncio de outras vozes da região”, com excepção dos presidentes da Associação Comercial do Porto e da Associação Empresarial de Portugal, e da comunidade portuária de Leixões, o autarca anuncia, em comunicado, que vai requerer à Junta Metropolitana do Porto que rapidamente se reúna com estes 3 organismos para formular “uma estratégia de conjunto de defesa da potencialidade do Porto de Leixões para ajudar a economia do Norte e Centro”.
“O Plano 5+1 mantém uma suposta autonomia de gestão dos portos, já que retira às administrações a capacidade de decidir os investimentos necessários para o futuro, assim como impede que se desenvolva, numa óptica regional, as relações entre os concessionários e a APDL”, refere o autarca.
Guilherme Pinto considera que o Porto de Leixões, que registou “um crescimento significativo na tonelagem movimentada, com uma grande diversificação dos mercados, e que tem conseguido atrair para Portugal o movimento de carga produzida na Galiza”, corre o risco de ficar “subjugado a uma lógica centralista, que o impedirá de receber navios acima dos 14 metros de calado, que hoje constituem a esmagadora maioria dos navios que operam no Atlântico”.
“Se não forem feitos investimentos num futuro próximo, o Porto de Leixões perderá capacidade quer para os outros portos nacionais quer para os portos da Galiza. O último acto de gestão do anterior presidente Matos Fernandes foi a apresentação de um ambicioso plano de duplicação de capacidade de contentorização do porto com o aprofundamento do fundo do porto que permitisse receber navios de maior calado, com implicações importantes na reformulação do porto de pesca e na solução das deficiências que a Câmara Municipal de Matosinhos vem apontando à Docapesca”, refere. O autarca entende que, com estas alterações, “põe-se em causa o futuro destes investimentos e logo em causa a estratégia bem definida para o Porto de Leixões”.
“Mais do que persistir numa política centralizada, sem nexo e sem resultados económicos, o Governo devia dar à administração portuária os incentivos necessários para que os investimentos previstos em Leixões pudessem avançar” considera.
Guilherme Pinto diz ainda que “não se entende que, numa altura em que o país quer reduzir custos, se avance com um grupo de missão que mais não fará do que ser uma duplicata do que deveria ser a Secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para os portos nacionais”.
Governo quer política
“comum” O plano de competitividade do sector portuário português 5+1, apresentado terça-feira, tem como dois grandes objectivos um “incremento forte” da competitividade do sector e uma redução dos custos de acesso à infra-estrutura dos portos, segundo o secretário de Estado da tutela, Sérgio Monteiro. O plano 5+1 prevê a aplicação de medidas em termos de contratos de nova geração, governança dos portos, abertura do mercado de trabalho, mais intermodalidade, novos operadores e redução das taxas acessórias do Estado. Em relação à governança dos portos, o Governo entende que deve haver “uma política comercial competitiva e comum”.
1 comentário:
Os meninos de Lisboa devem ser tolinhos ou fazem-se!
Não aceitem medida tão disparatada.
Um ex-administrativo de navegação
Rui Amaro - Porto
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