15 de agosto de 2012

O Açorianismo vivido na Graciosa


Cheguei ontem (6-8-2012) a esta Ilha da Graciosa,  gracinha de terra rodeada de água por todos os lados, como todas as lindas ilhas deste Arquipélago dos Açores. Qual é a ilha que tem mais encanto? Elas são nove, já conheço sete, falta-me conhecer o Corvo e as Flores, esta última eleita por muitos como a mais bela. Contudo, temos que valorizar a beleza de cada uma e não compará-las.
         Agora estou na «Ilha Branca», assim chamada porque os Graciosenses escolheram a cor branca, noutro tempo, basicamente a cal, para pintar as suas casas. As mais antigas não possuem reboco: são da cor do basalto, casas modestas e já velhas, construídas pedra-a-pedra, quando todos os pobres andavam descalços.
         O Sr. José Luís Quadros, o meu taxista de serviço foi um excelente cicerone. Contou-me, logo que iniciámos o percurso pelo lado Norte da Ilha, que os habitantes mais antigos sofriam escassez de água potável, sobretudo quando não chovia e consta que houve um tempo de seca, em que a água era um bem muito procurado porque não havia em todos os lugares da Ilha. Dirigiam-se à Caldeira e por cordas desciam até à Furna de Enxofre, encontrando um pequeno lago de água fresca. Negava-se um copo de água numa casa onde sua gente tinha as pipas cheias de vinho. Será que aqueles antepassados levavam o vinho para a Terceira e S. Jorge e lá faziam a troca por agasalhos e bens alimentares? Parece que assim era entre o Faial e o Pico: tu dás-me o vinho que eu dou-te broa de milho.

         A conversa com o taxista batia sempre na lição de história que curiosamente ouvia. Passámos por casas de emigrantes que vieram reconstrui-las com os dólares dos Estados Unidos ou do Canadá, ou talvez ainda dos que embarcaram para o Brasil. Passámos pelo porto da Praia à procura do amigo Manuel Maria Bettencourt, trabalhador portuário e amigo dos Administradores do Blogue "Estivadores de Aveiro". Com um abraço, transmiti-lhe os cumprimentos dos colegas do porto de Aveiro, e mais uma vez agradeço àquele colega portuário a atenção que me dispensou.
         Visitei a Furna do Enxofre e o taxista aguardou, durante 40 minutos, o tempo que durou a subir e descer 183 degraus. Tirei belas fotos para mostrar aos amigos pela Internet. Fomos almoçar ao Carapato, um sítio espectacular que não se pode ignorar pelo conjunto de coisas interessantes: as Termas de Enxofre, o Restaurante Dolphin, o Parque de Campismo e as piscinas naturais. No fim da viagem, fiquei na Residencial Ilha da Graciosa, quase no final da Av. Mouzinho de Albuquerque, de onde se vislumbra o início da «Terra do Conde».
         Contaram-me que a condensa da terra se casou com um homem dinâmico, que se enamorou pel a Ilha e pelo casamento se tornou conde - creio que foi o Conde de Simas, homem rico e muito viajado. Com este feito trouxe ideias que implementou nesta Ilha. A Vila de Santa Cruz possui evidentes vestígios do Senhor Conde. Construiu o edifício que é hoje a sede da Câmara Municipal, onde morou apenas três anos porque entretanto faleceu.
         Hoje ao almoço experimentei uma bela alcátra, bem conhecida e apreciada pelos visitantes destas ilhas. Ao jantar voltei ao peixe, sempre fresco, nos restaurantes modestos e tranquilos. Poderia ter alugado, por treze euros ao dia, uma bicicleta BTT, mas não o fiz por ser curta a minha estadia e não ter companhia. Apreciei a arquitectura de alguns edifícios, uns mais antigos, outros modernos, especialmente o Museu e a Biblioteca Municipal, o nobre solar da Câmara, estes juntos à bonita praça Fontes Pereira de Mello, onde, sobretudo no Verão, as pessoas mais se juntam. Na Rua do Mercado encontram-se o Lar de Idosos (com seu ar de Hotel de quatro estrelas), o Centro Cultural e o Mercado. Também fiquei bem impressionado pelo edifício e restante espaço que pertencem à Escola Básica e Secundária. Por toda esta arquitectura e funcionalidade podemos dar os parabéns aos Graciosenses.
Quando puderem, não deixem de fazer uma viagem de sonho. Nos meses de Verão é mais apetecível. Basta tomar um avião no Porto para a Terceira, e aí ficar na primeira semana de Junho, Julho ou  Agosto e depois apanhar o barco para a Graciosa. Uma viagem colorida , diferente, para nunca mais esquecer.

Um abraço do
44+Cem.

2 comentários:

Manuel Bettencourt disse...

Amigo Herculano, foi um prazer conhecê-lo, um dia espero voltar a vê-lo por aqui, quem sabe se não volta com os administradores deste grande blog, ou outro qualquer colega de Aveiro, são Bem Vindos!

Um Abraço para o Amigo Herculano, e para os colegas de Aveiro!
Manuel

EstivadoresAveiro disse...

Nunca se sabe Manuel,
ele diz que eu ia gostar da Graciosa.
A ver vamos.

Abraço
O.Miguel08