Governo prepara novo modelo sem ter dialogado com principais agentes económicos
Estiveram reunidas no Museu Marírimo de Ílhavo várias entidades do
centro do país com o objetivo de debater ideias acerca dos portos de
Aveiro e da Figueira da Foz e demonstrar a sua preocupação com o novo
modelo de gestão portuária que está a ser preparado pelo Governo.
Uma das críticas apontadas à tutela é o facto de “os agentes
económicos, que deveriam ser os parceiros primeiros neste processo de
reflexão,” não terem sido chamados à discussão, segundo José Couto,
presidente do Conselho Empresarial do Centro/Câmara do Comércio e
Indústria do Centro. O atual modelo proporciona “ganhos de
competitividade para toda o território que decorrem de um bom
funcionamento dos portos, entendidos como pilares do processo de
logistica da Região Centro”, explica o presidente do CEC/CCIC.
O modelo atual de gestão portuária existe desde 2006, mas o Governo
está a preparar um novo, que prevê a centralização em Lisboa da gestão
dos portos da Figueira da Foz, Aveiro e Leixões. Para Jorge Bento, da
Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, o modelo que está em vigor
“beneficia a economia, é eficiente e dele estão dependentes outros
projetos da Região Centro”.
“Este modelo não é perfeito, mas pode ser otimizado e permitiu aos
portos crescer e gerar receita”, aponta Hermano Sousa, da Comunidade
Portuária da Figueira da Foz, dizendo que “há possibilidade de cortar
custos no atual modelo de gestão, nomeadamente a nível de backoffice”.
Para o responsável “a perca de autonomia é prejudicial aos portos, à
região e às empresas”.
Ribau Esteves, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de
Aveiro, salientou a “necessidade de competitividade entre os portos no
desenvolvimento económico” - que se pode perder com o novo de modelo de
gestão - e da importância dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz para
o desenvolvimento económico da Região Centro. O autarca refere ainda os
“benefícios de uma proximidade com as empresas do centro do país” e do
“fortalecimento de um eixo alternativo a Lisboa - o eixo Braga-Leiria -
capital para a geração de riqueza”.
Intitulado “O Papel dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz no
Desenvolvimento Regional e no reforço da competitividade do Centro” o
fórum é organizado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro
(CIRA), pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego (CIMBM), pelo
Conselho Empresarial do Centro – Câmara de Comércio e Indústria do
Centro (CEC-CCIC), pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro
(AIDA), pela Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz
(ACIFF), pela Comunidade Portuária de Aveiro (CPA) e pela Comunidade
Portuária da Figueira da Foz (CPFF).
Em setembro vai realizar-se um novo fórum na Figueira da Foz.
Alguns números:
Porto de Aveiro
- Considerada a maior infraestrutura de movimentação de carga geral convencional do Centro de Portugal;
- Tráfego anual de cerca de 4 milhões de toneladas;
- Tem 5 terminais adequados para movimentar todo o tipo de mercadorias e 2 terminais especializados para a pesca;
- Tem uma das maiores capacidades de acostagem para terminais multiusos dos portos nacionais;
- Dispõe de uma reserva de terrenos, destinada à implantação da plataforma Logística de Aveiro (incluída no Plano Logístico Nacional) que lhe permitirá acolher operações de armazenamento de longa duração e outras actividades logísticas e industriais.
Porto da Figueira da Foz
- No ano de 2011 o crescimento ultrapassou os 6%. Isto a seguir a 2010, que foi um ano de ouro para a APFF. Bateu-se um novo record no que diz respeito à movimentação de mercadorias, deixando muito para trás a última melhor marca, alcançada em 2007 com 1.199.754,30 toneladas.
- Em 2010 movimentaram-se, no Porto da Figueira da Foz, 1.615.891,18 toneladas de mercadorias, o que correspondeu a um aumento percentual de 37%.
- ideiasconcertadas
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