12 de fevereiro de 2011

PRODUÇÃO VAI SER ESCOADA PELO PORTO DE AVEIRO Fábrica de baterias arranca em Cacia

O Primeiro-Ministro considera que Portugal precisa de mais fábricas, mais emprego e mais tecnologia. Em Cacia, no lançamento da primeira pedra da fábrica de baterias para carros elétricos da Nissan, a 11 de Fevereiro, José Sócrates sublinhou a importância deste investimento e da aposta nos carros eléctricos.
“Vamos a isto”, incitou o primeiro-ministro José Sócrates, referindo-se, ontem, no decorrer do acto simbólico do lançamento da primeira pedra da construção da fábrica de baterias da Nissan, em Cacia, Aveiro, a projectos que, à imagem deste, permitam “fazer de Portugal um país melhor”.
À espera do governante estavam, para além dos altos responsáveis da Nissan e da Renault, algumas centenas de funcionários da C.A.C.I.A – Companhia Aveirense de Componentes da Indústria Automóvel, que, ansiosos, deram as “boas-vindas” a esta nova unidade fabril, já que irá ser construída no espaço contíguo da fábrica da Renault e permitirá a expansão de veículos eléctricos da aliança Renault-Nissan no mercado europeu.José Sócrates e Toshiyuki Shiga, Chief Operating Officer da Nissan, subiram a uma retroescavadora e deram início a esta fábrica que, quanto ao primeiro-ministro português, “garante que Portugal está na linha da frente do que é tecnologicamente mais evoluído no campo dos carros eléctricos”.
Para além de uma nova unidade fabril, que traduz a “verdadeira e perfeita aliança” entre a Renault e a Nissan, José Sócrates defende que ontem se deu início à construção “de um novo cluster da mobilidade eléctrica”, colocando um ponto final de sucesso a “mais de dois anos de contactos” com a Nissan.
“É um momento muito especial para o nosso país”, disse Sócrates, defendendo que é justamente isto de que Portugal precisa – “mais fábricas, mais produção e mais emprego”.
A fábrica portuguesa vai produzir 50 mil baterias de iões de lítio por ano, que é o suficiente para satisfazer 25% das necessidades do mercado europeu de veículos eléctricos Nissan e vai criar 200 postos de trabalho especializados directos e centenas de indirectos.
Com uma área de 20 mil metros quadrados no complexo da CACIA (Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel), "a unidade de produção da Nissan reforça o papel de Portugal como um local de investigação, produção e teste de componentes e soluções para veículos eléctricos", considerou em comunicado o gabinete de José Sócrates.
A marca nipónica escolheu o mercado português para fazer o lançamento europeu do Nissan Leaf, o primeiro veículo 100% eléctrico, e Portugal é o segundo país, depois do Japão, onde a Nissan investirá numa unidade nesta área de negócio. 
A Aliança Renault-Nissan - terceiro maior grupo automóvel a nível mundial em volume - está empenhada em ser líder na mobilidade de emissões zero. Para além de Portugal, a Aliança confirmou instalações de produção de baterias em França, no Japão, nos EUA e no Reino Unido.
A primeira geração de baterias de iões de lítio permitirá uma autonomia de 160 quilómetros ao veículo, com baterias de 250 quilogramas.
"A aposta da Nissan em Portugal, através desta unidade de produção, é um aprofundamento do investimento nesta área e um investimento de grande dimensão em termos de criação de emprego, tecnologia e exportações, contribuindo para uma melhoria a longo prazo da economia nacional e regional", realça em comunicado o gabinete do primeiro-ministro.
O Programa para a Mobilidade Eléctrica pretende criar as condições para a massificação do Veículo Eléctrico, com base numa infra-estrutura adequada à evolução do parque de Veículos Eléctricos e no desenvolvimento de um modelo de serviço que permita a qualquer cidadão e organização o acesso a uma qualquer solução de mobilidade eléctrica fornecida por qualquer construtor de veículos.

Porto de Aveiro escoa baterias da Nissan [08.12.2009]

A Renault-Nissan optou por Aveiro, onde há largos anos detém, paredes meias com o terminal intermodal de Cacia, um centro de produção de motores e caixas de velocidade, para sede da futura fábrica de baterias para carros eléctricos. A produção vai, assim, ser escoada pelo Porto de Aveiro. O investimento ascende aos 250 milhões de euros, é um dos pilares estratégicos do projecto-piloto que visa à criação de uma rede de abastecimento para este tipo de veículos, e vai criar cerca de 200 empregos.

Portugal foi, a par do Reino Unido, um dos dois pólos mundiais seleccionados pela Reunault-Nissan para a instalação de unidades de baterias de iões de lítio destinadas a equipar os futuros carros eléctricos. Na altura os responsáveis sublinharam que a condição essencial era que a região fosse servida por porto de mar, e dispusesse também de boas acessibilidades rodoviárias e ferroviárias. A nova fábrica da Renault-Nissan tem o seu arranque previsto para 2012, com uma capacidade de produção estimada em 60 mil unidades anuais.
O anúncio da localização foi feito este domingo pelo Governo e pela empresa automóvel em cerimónia realizada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. O acto contou com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, e do presidente-executivo da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn.
O anúncio oficial foi feito por Carlos Tavares, vice-presidente da Renault-Nissan, Sines e Estarreja eram duas das localizações que estavam a ser estudadas pela aliança Renault-Nissan para a instalação desta fábrica, que terá uma capacidade anual de produção de 60 mil baterias por ano, mas a escolha acabou por recair em Cacia.
Recorde-se que foi em Julho que o vice-presidente da Nissan Europa, Eric Nicolas, anunciou que Portugal e o Reino Unido tinham sido os dois países escolhidos para a instalação de fábricas de baterias para veículos eléctricos.
Uma decisão que agradou a José Sócrates que, na altura, qualificou a fábrica, que deverá começar a funcionar em 2012, como um "investimento âncora" para a instalação de novos investimentos no país na área dos carros eléctricos.
Portugal já arrancou com uma rede de abastecimento de automóveis eléctricos e o Governo já aprovou, na generalidade, um decreto sobre o regime de mobilidade eléctrica, que prevê um conjunto de incentivos fiscais e financeiros até 2012 para particulares e empresas que adquiram estes automóveis.

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