22 de fevereiro de 2013

Governo tira porto de mercadorias de Lisboa

O Governo prepara-se para anunciar o fim dos terminais de contentores em Lisboa, deslocando as operações para a Trafaria, na margem Sul, concelho de Almada. Num primeiro momento será feita a transferência dos terminais de Santa Apolónia à Matinha.
A deslocalização do terminal de Alcântara deverá demorar mais tempo, devido ao contencioso entre o Estado e a Liscont (por causa do alargamento do terminal e do prazo de concessão, entretanto revogados por decreto-lei).
Tanto a câmara de Lisboa como a de Almada opõem-se frontalmente a esta decisão.
O plano de reestruturação do Porto de Lisboa será apresentado à imprensa amanhã, às 12h30 no Terminal de Cruzeiros da Gare do Jardim do Tabaco, em Lisboa, "no âmbito das medidas estruturais previstas no plano 5+1, que visa reforçar a competitividade do setor portuário nacional". 
Segundo um plano do Governo a que o Expresso teve acesso, a margem norte do Tejo ficará exclusivamente destinada a cruzeiros e à náutica de recreio.
Em Santa Apolónia está já a ser construído um terminal de cruzeiros, cuja conclusão se previa até ao final de 2014. Além desta oferta, o Executivo decide agora avançar com a construção de um segundo terminal de cruzeiros.
Com a saída dos contentores do terminal de Alcântara, ficará disponível uma área de 14 hectares e uma frente de cais de 630 metros. Já no eixo Santa Apolónia-Matinha a superfície que será libertada de contentores é de 24,8 hectares, com uma frente de cais de 2142 metros.
Na Trafaria serão feitas obras de alargamento do atual terminal. Atualmente, a margem sul recebe apenas granéis (combustíveis e cereais). Na margem sul, no estuário do Tejo, o Governo levantará as restrições portuárias existentes, para serem criadas concessões turísticas.
O Expresso apurou que o Governo considera que este é um projeto estrutural para as exportações portuguesas, pois com o alargamento e a nova valência, a Trafaria terá capacidade de pelo menos um milhão de TEUs (unidade de medida padrão equivalente a um contentor de seis metros), superior à atual capacidade de Lisboa.

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