Os primeiros tempos ao contrário do que se possa imaginar, o conceito de transporte «roll-on
roll-off», que define a movimentação de veículos sobre rodas, para
carga e descarga nos navios preparados para o efeito, é uma prática
utilizada vai para muito próximo de cem anos. Obviamente, sem as mesmas
condições de trabalho em vigor, que contemplam a utilização de cais
ajustados aos navios, permitindo movimentos de viaturas com outra
rapidez, de maneira a satisfazer armadores, importadores e quem os
representa.
Tudo indica que a primeira, ou uma das primeiras escalas para descarga
de veículos em Leixões, tenha ocorrido a 25 de Agosto de 1930, já
apresentando a notável média de 15 minutos para o desembarque de cada
viatura, tendo em linha de conta a necessidade de remover veículos
sobrepostos, conforme relatado com rigor, na notícia abaixo publicada.
Segue-se a identificação do navio responsável pelo transporte:Nome do navio: “Falkenstein”1923 - 1934 Indicativo internacional: R.D.S.H.Armador: Arnold Bernstein, Hamburgo, Alemanha.
A notícia
Na passada segunda-feira chegou a Leixões o vapor alemão “Falkenstein”,
fretado há dois anos pela «Casa Ford» que se emprega, exclusivamente, no
transporte de automóveis daquela empresa. O barco em questão, que
compreende 3 porões e um tombadilho na ré e 3 porões na proa, comporta
cerca de 300 automóveis, sendo interessante e curioso ver-se como é
possível, em tão pequeno espaço, acondicionar aquele número de carros.
Desta vez trouxe aquele vapor, para esta cidade, vindo consignado à
Agência Ford, 168 carros, entre automóveis e caminhetas e que estão à
descarga no molhe sul de Leixões. Assistimos à descarga de alguns
automóveis e caminhetas, e ficamos maravilhados com a rápida retirada de
cada carro, por termos verificado a forma como se acham acomodados.
Assim, no espaço compreendido por uma caminheta, acham-se instaladas
três, estando umas sobrepostas às outras, tomando o comprimento de uma
só. Os carros são retirados do vapor para o molhe rapidamente, pois que o
intervalo da saída dum ao outro carro, não é mais de 15 minutos, sendo
também de admirar a destreza dos tripulantes alemães do “Falkenstein”,
que são todos «chauffers» na condução dos automóveis.
Como nota de relevo, devemos dizer que, depois de termos visto a estatística da revista «Motor», a produção de carros da «Casa Ford», no mês de Junho passado, foi de 174.528 carros e a produção de todas as outras marcas, no mesmo mês, foi de 168.472, isto é, a «Ford» fabricou naquele mês, mais 6.056 carros, que todas as outras marcas juntas. É deveras significativo este resultado, que representa algo de muito importante na indústria mundial do automobilismo. Damos em cima uma fotografia dos carros, que já ontem foram retirados, devendo terminar, hoje, o desembarque de todos.
(In jornal “Comércio do Porto”, de 27 de Agosto de 1930)
Fonte: navios e navegadores
Como nota de relevo, devemos dizer que, depois de termos visto a estatística da revista «Motor», a produção de carros da «Casa Ford», no mês de Junho passado, foi de 174.528 carros e a produção de todas as outras marcas, no mesmo mês, foi de 168.472, isto é, a «Ford» fabricou naquele mês, mais 6.056 carros, que todas as outras marcas juntas. É deveras significativo este resultado, que representa algo de muito importante na indústria mundial do automobilismo. Damos em cima uma fotografia dos carros, que já ontem foram retirados, devendo terminar, hoje, o desembarque de todos.
(In jornal “Comércio do Porto”, de 27 de Agosto de 1930)
Fonte: navios e navegadores
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