Um conjunto de ações desenvolvidas pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) reduziu em aproximadamente 80% a população de pombos na área portuária de Paranaguá nos últimos seis meses. A proliferação das aves era fonte de problemas para as operações do terminal, devido aos riscos de contaminação de produtos e à transmissão de doenças. “A partir de estudos do Núcleo Ambiental, implantamos medidas práticas para reduzir a oferta de alimentos e de água, além de eliminar as facilidades de acesso dos pombos a instalações como silos e armazéns”, afirma Airton Vidal Maron, superintendente da Appa. “Graças a essas medidas recebemos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o Certificado de Boas Práticas de Armazenagem para o armazém 3B do Porto, que era usado apenas para carga geral, e agora pode receber alimentos e derivados”, disse Maron.
O Núcleo Ambiental montou um Plano de Controle de Zoonoses, com mapeamento de áreas e contagens dos pombos, a partir de registros fotográficos, para determinar quais eram os locais mais procurados e os períodos. “Verificamos que em tempo seco a população é menor. Então eliminamos todas as poças onde a água ficava parada. Isso obriga os pombos a procurar outras regiões”, explica o engenheiro Ricardo Castilho, coordenador do trabalho. “Também estamos retirando todos os ninhos, para evitar a reprodução dos animais nas nossas instalações”, afirma Castilho. A Appa também providenciou uma reforma geral em diversos armazéns e outras instalações do porto, com recuperação das coberturas, instalação de redes, de cortinas plásticas nas portas, limpeza geral e a colocação de mecanismos para controle de pragas. De acordo com o engenheiro Ricardo Castilho, no primeiro mapeamento e contagem dos pombos na área portuária de Paranaguá, feita em junho de 2011, foram estimadas aproximadamente cinco mil aves. Em dezembro a população foi reduzida para menos de mil.
Foram adotadas ainda ações em conjunto com os operadores portuários para garantir a limpeza das vias de acesso, evitando que caminhões que carregam fertilizantes e outros granéis deixem a área primária do cais sem passar por uma higienização, por meio de jateamento mecânico de ar. A medida evita o acúmulo de resíduos nos veículos, após o carregamento. No trajeto entre o porto e os armazéns, esses resíduos eram liberados nas ruas, provocando acúmulo de sujeira, mau cheiro, atraindo animais como os pombos.O pombo comum (Columba livia) se alimenta de grãos, sementes e todo o tipo de resíduos, como lixo e restos alimentares, porque é um animal pouco exigente. O animal se reproduz a partir de sete meses de idade e põe de um a dois ovos por ninhada. Os ovos levam de 17 a 19 dias para serem incubados.Entre as doenças que estes animais podem transmitir estão a criptococose, histoplasmose, ornitose, salmonelose e dermatites. São portadores de parasitas como piolhos e ácaros e também podem contaminar alimentos, grãos e água.Os pombos causam danos materiais às construções e monumentos, provocando entupimento de calhas, apodrecimento de forros e danos à pintura de veículos, já que as fezes, são muito ácidas. A sujeira provocada pelos pombos ainda torna o ambiente propício à proliferação de roedores e insetos, como as baratas.
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