De uma assentada, o Governo nomeou nove novos administradores para os portos nacionais. A partir de agora, todas as administrações passam a ter quatro administradores. São mais do que no início do mandato do Executivo.
A decisão terá colhido de surpresa quase todos no meio
marítimo-portuário nacional, sabe o TRANSPORTES & NEGÓCIOS. Na
passada sexta-feira, o Executivo nomeou o novo Conselho de Administração
dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz e, ao mesmo tempo, reforçou
todas as demais AP com um, ou mesmo dois, administradores.
No caso de Leixões, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS, a escolha
governamental recaiu sobre Alberto Santos, ex-presidente da Câmara e
actual presidente da Assembleia Municipal de Penafiel.
Para Aveiro foram nomeados quatro administradores, para Lisboa um,
para Setúbal dois e para Sines um. Não foi possível apurar os seus
nomes.
O aumento do número de administradores das administrações portuárias
surge ao arrepio do que foi, desde o início do mandato, o discurso do
Governo em prol da redução do número de dirigentes e das poupanças daí
decorrentes. Recorde-se que chegou a ser equacionada a criação de uma
holding, que reduziria a cinco os administradores de todos os portos.
Várias fontes contactadas pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS sublinham
que o contraste com o discurso e a prática do Executivo até ao momento é
particularmente evidente nos casos dos portos de Lisboa e Setúbal, para
os quais sempre foi sugerido que a prazo a solução passaria pela fusão
ou, no mínimo, por uma administração conjunta.
O reforço dos respectivos CA é entendido pelos agentes inquiridos
pelo TRANSPORTES & NEGÓCIOS como uma consequência do avanço do
projecto do terminal de contentores do Barreiro e como uma cedência à
crescente pressão da parte da comunidade portuária de Setúbal (e não só)
em defesa do desenvolvimento autónomo do porto do Sado.
Também o timing escolhido para as nomeações, com o fim do mandato e
as eleições legislativas a aproximarem-se a passos largos, é visto com
algum cepticismo, para dizer o mínimo.
Facto é que com a nomeação dos novos administradores os portos
nacionais passarão a ter quatro administradores, quando há já muitos
anos a regra era terem três.
Importa, todavia, notar que, pelo menos nos casos de Leixões (agora
com a inclusão da gestão da via navegável do Douro) e de Sines (com a
inclusão dos portos de Faro e Portimão) se verificou um alargamento da
esfera de actuação dos respectivos CA face ao verificado no arranque da
presente Legislatura.
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