Navio de carga "agoniza" no cais bacalhoeiro da Gafanha – Contentores apodrecem em terreno agrícola (Jornal de Noticias, de 12/03/1994).
O navio CIDADE DA HORTA, propriedade do armador Açoriano Alfercar, está ancorado no porto bacalhoeiro da Gafanha da Nazaré desde 24/12/1993 e só o deixará depois de saldar a divida para com o agente de navegação "Afretal", de Leixões, que intentou o processo burocrático que conduziu ao arresto.
A bordo o navio de carga tem nos porões diversos tipos de mercadorias convencionais, materiais de construção civil e contentores.
O CIDADE DA HORTA encontra-se fechado, sem tripulação efectiva a bordo, sendo protegido pela Guarda Fiscal de serviço ao porto bacalhoeiro.
Fernando Oliveira, sócio da agência que requereu o arresto, disse ao JN que "é uma pena" a situação porque passa o armador, que viu malogrado diversos contactos com empresas da região, no sentido de arranjar serviço de transporte regulares entre o Continente e a Região Autónoma dos Açores.
A situação foi agravada por dificuldades burocráticas, impostas por legislação inadequada para o sector dos transportes marítimos, que impõe um elevado e incomportável número de escalas mensais entre o Continente e as ilhas Açorianas.
O nome deste navio de "má sorte", construído em 1966, destinado essencialmente, para o transporte de gado, está entretanto ligado a uma descarga de contentores com bovinos Açorianos, nos primeiros dias de Novembro.
Sem mercadorias para a viagem de retorno, como inicialmente se previa, os contentores foram aparcados não só no interior do terminal Norte do porto de Aveiro como depositados "sine die", primeiro à margem de uma estrada interior da Gafanha da Encarnação e, depois, ante a má imagem que oferecia, transferidos para um terreno nas traseiras de uma estação de assistência de veículos automóveis.
Ao todo são 13 os contentores esventrados e que ali apodrecem, ante o desespero compreensível do proprietário da estação de serviço, que investiu somas avultadas no seu alindamento e beneficiação para bem servir os clientes e que, agora, vê os caixotes alinhados paredes-meias com as instalações, sem saber quando dali serão retirados.
Fonte: navios a vista
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