4 de janeiro de 2011

Greve da estiva: Porto de Lisboa já está a trabalhar

A Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários (Fesmarpor) suspendeu a greve que estava agendada para o porto de Lisboa, na sequência do plenário reunido na manhã desta segunda-feira.
Passava da uma da tarde quando os estivadores se decidiram pela suspensão, o que, na prática, se traduziu pela paragem do trabalho portuário apenas durante a manhã e ao início da tarde. Ouvido pela CARGO, Vítor Dias, presidente da Fesmarpor, manifestou-se esperançado que, na ronda de negociações que agora se vai iniciar, haja um esforço das duas partes para que o diferendo possa ser ultrapassado.
Vítor Dias manifestou no entanto alguma desilusão dizendo que esperava que o espírito destes dias festivos tivesse contribuído para trazer ao setor uma paz que até agora não se verificou. Em cima da mesa está a não renovação, por parte da AETPL, do contrato de trabalho a 17 trabalhadores portuários afetos ao porto de Lisboa, os designados trabalhadores “B”, sob alegação que tal poria em risco a viabilidade económica da entidade que gere a mão de obra portuária, devido à progressão salarial desses trabalhadores. Mas o sindicato qualifica de “abusiva, ilegítima e ilegal” essa recusa, que qualifica de “despedimento coletivo ilegítimo e encapotado de trabalhadores à margem do respetivo regime legal”.
Fesmarpor: Trabalhadores fazem 34 turnos/mêsPara a Fesmarpor, esta não renovação não faz sentido pois são “trabalhadores que têm vindo a cumprir 34 turnos por mês no porto”. Conclui Vítor Dias: “Se trabalharam 34 turnos num mês é porque fazem falta ao porto”.Depois da recusa sindical de se resolver o diferendo em sede de tribunal arbitral, houve acordo para que se iniciassem conversações diretas entre estivadores e patronato, por intercedência, ainda que por iniciativa particular, de um elemento afeto ao IPTM. “Mas se não houver cedências de parte a parte e se as negociações não conduzirem a nada, teremos que avançar para o Tribunal de Trabalho”, confessa Vítor Dias, alertando para “o clima de instabilidade e de desânimo entre os trabalhadores que tal passo iria originar, e que se irá refletir necessariamente na produtividade. Para além de que, se tivermos que recorrer ao Tribunal de Trabalho sempre que houver negociações de protocolos, contratos coletivos de trabalho, etc, mais vale aos juízes abrirem uma secção aqui no porto só para tratar destas questões”.

3 comentários:

Anónimo disse...

Lá ao contrário de cá houve tomates no sitio para 17, cá nem pentelhos para 5. Para quê mais palavras, mais vale dizer à rapaziada que não contem mais com essa luz no horizonte, é mais honesto e socialmente, digo eu mais correcto. Lateral DireiTo

Anónimo disse...

Caro anonimo deve se estar a referir oas ex colegas da vougamar. Completamente de acordo consigo. Cada vez há menos avançados para marcar golos legais ( diga-se tomar atitudes condignas com esses colegas, coisa que nao aconteceu).

Anónimo disse...

Mas está na hora de fazer sentir uma mudança. É que assim eles até se rirem de nós....