A 19/11/1933, pelas 08h00, quando o lugre-motor bacalhoeiro SANTA IZABEL, da praça de Aveiro, se preparava para abandonar a barra do Douro, cuja manobra era dirigida pelo piloto António Duarte, estranhamente topou num banco de areia submerso de formação recente, ficando encalhado de popa. Dado o alarme, acorreram as lanchas dos pilotos e os rebocadores LUSITÂNIA, MARS 2º e NEIVA, não tendo sido necessários os seus serviços. O navio safou-se cerca das 11h00 pelos seus próprios meios e saiu a barra, tomando o rumo do sul.
O SANTA IZABEL entrara há dias vindo dos pesqueiros da Terra Nova e Groenlândia, trazendo nos seus porões cerca de 6.000 quintais de bacalhau. No entanto, devido ao seu calado de água ficara impossibilitado de demandar as instalações da Gafanha da Nazaré, pelo que arribou ao rio Douro, a fim de desembarcar a sua companha de pescadores mas também aliviar-se de alguns quintais de bacalhau, que seriam transportados para Aveiro por uma fragata e ainda aguardar maré suficiente na barra de Aveiro para onde rumou, após se ter safo da coroa de areia. Entretanto, foram tomadas as providências para se dragar o local do encalhe, que se situava a meio do canal de navegação.
SANTA IZABEL - 45m/ 345,25tb; 1929 entregue por Manuel Maria Bolais Mónica, Gafanha da Nazaré, à Empresa de Pesca de Aveiro, Lda, Aveiro, como lugre à vela; 1932 instalado motor auxiliar; 1943 SANTA ISABEL, Sociedade Bacalhau de Portugal, Lda., Lisboa: 1958 subsquente história não encontrada. O SANTA IZABEL foi um dos primeiros lugres à vela, juntamente com o seus gémeos SANTA MAFALDA e SANTA JOANA também do mesmo armador Aveireinse, e ainda o Vianês SANTA LUZIA, a demandar os perigosos e gelados pesqueiros da Groenlandia, os quais foram bem sucedidos nas suas capturas, na campanha de 1931,
Fontes: José Fernandes Amaro Júnior; Loyd's Register of Shipping.
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