Conseguirão os operadores resistir à tentação de ganharem quota de mercado à custa dos fretes? Da resposta a esta pergunta dependerá o futuro próximo da indústria do transporte marítimo de contentores.A procura está em queda há mais de 20 semanas, mas ao mesmo tempo a oferta de capacidade não cessa de aumentar. E poucos são os navios imobilizados pelos operadores: apenas 2,4% da capacidade total.A ameaça do excesso de capacidade é, por isso, bem real e exige uma resposta do sector. Caso a lição dos últimos anos tenha sido aprendida, a melhor opção para não degradar as tarifas será retirar capacidade do mercado.Mas o risco de eclodir uma “guerra” de fretes é grande. Basta que um operador de dimensão se deixe cair na tentação de manter a oferta de capacidade e baixar os preços para conquistar quota de mercado. A reacção em cadeia será praticamente inevitável, alertam alguns analistas.“Bastará que uma linha deixe todos os seus navios no mercado e lute por ganhar quota de mercado, e poderemos ver todo o sector a desmoronar-se ainda antes de Fevereiro”, referiu a propósito Arthur Worsley, corretor de derivados na FIS, na recente Intermodal Europe 2010.Os anos de 2008 e 2009 foram muito duros para o sector. O problema é que 2010 está a ser um ano de recordes, e na indústria há quem tenha a memória curta: “não me lembro do que aconteceu há nove meses, e está tudo bem”, diz-se.O problema poderá não o ser se houver uma liderança forte do sector. Que terá de ser protagonizada pelos principais players, e desde logo pela Maersk Line, avisam os especialistas.
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