A intenção do Governo em avançar com uma gestão centralizada do sistema portuário português continua a provocar contestação no Porto. Depois de o presidente da Associação Comercial do Porto (ACP), Rui Moreira, ter ameaçado com a demissão do cargo, caso a medida seja posta em prática, agora é a vez de o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), Carlos Lage, apontar o mesmo caminho.
“Se, de facto for tomada a decisão de incorporar o Porto de Leixões numa holding nacional e este perdesse a autonomia, eu imediatamente demitir-me-ei da presidência da CCDR”, adianta ao GRANDE PORTO o líder da CCDR-N.
“Se, de facto for tomada a decisão de incorporar o Porto de Leixões numa holding nacional e este perdesse a autonomia, eu imediatamente demitir-me-ei da presidência da CCDR”, adianta ao GRANDE PORTO o líder da CCDR-N.
Na perspectiva de Carlos Lage, homem com uma longa carreira política ligada ao PS e um dos defensores acérrimos da Regionalização, isso “significaria um ponto final no esforço de cooperação dentro da região entre uma entidade sui generis como a CCDR que gere um programa regional com fundos comunitários e as instituições da região”.
Para o antigo deputado europeu e ex-vice presidente da Assembleia da República, se no Porto se percebe “a importância de termos um porto com autonomia, dinâmico, capaz de proporcionar condições à região, captar investimento, intensificar o tráfego de mercadorias e passageiros”, para a cultura política e administrativa de Lisboa “isto é apenas uma abstracção e nem sequer se dá conta do significado que tem para o espaço regional e directamente para o País o respeito pela individualidade e pela autonomia destas regiões”.
“Caso o Porto de Leixões fosse mal gerido ainda se poderia entender que o Estado interviesse. Agora, quando na sua região, no seu espaço, é um porto que prestigia e que dá vantagens à região e ao País, é incompreensível que com um simples desenho do que se pode entender que é uma gestão de conjunto, feita de não sei quantas sinergias e vantagens, se risque completamente do mapa”, critica.
A posição de Carlos Lage surge na sequência do alerta dado por Rui Moreira sobre a intenção de fusão dos vários portos nacionais que consta do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) elaborado em 2006 pelo ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, estando a sua implementação prevista no Orçamento do Estado para 2011.
Autor/fonte João Queiroz
3 comentários:
Durante anos,Leixões foi considerado o Porto mais caro do País.Feitas Reformas de fundo,foram conseguidos progressos,que estão á vista.
Logo aparecem os "senhores de Lisboa" a querer desviar o lucro,nunca se preocupando com os prejuízos.Feita a Plataforma Logística e resolvida a situação dos Portuários Remanescentes,este será o Porto Modelo!
Bem hajam Rui Moreira e Carlos Lage.
Modelo para quem???
Um modelo onde a mão de obra precária e silenciada está patente. É claro, se os "PORTUÁRIOS" são um problema e saneando estes, fica um Óasis. Depois as Plataformas Logísticas!!! Portuários por lá?
Assim o queiram será um Porto Modelo, mas para os tubarões dos grupos económicos, calcando tudo e todos.Querem é eventuais a 100%.
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