Os portos sempre tiveram papel importante no desenvolvimento do comércio nacional e internacional dos países, hoje reforçado pela globalização Os portos são entidades dinâmicas desempenhando papel cada vez mais importante na gestão das cadeias logísticas.
Atualmente, os portos são mais do que simples infraestruturas, passaram a ser elementos complexos da cadeia logística, dotadas de meios humanos, organização, ligações a redes internacionais e sistemas de informação que influenciam os seus resultados e o nível de competitividade. A eficiência não pode ser apenas medida pela rapidez na descarga de mercadorias, pelo contrário, verifica-se existirem múltiplas variáveis de medida do desempenho, já que os portos são uma realidade multidimensional. A função principal dum porto é gerar benefícios para o dono das cargas ou mercadorias e para o cliente final, ou seja para a população, gerando mais negócios, mais emprego e mais crescimento económico, sendo um polo de desenvolvimento nacional e regional. Os navios que demoravam dias nos portos, hoje demoram algumas horas, sendo o transporte marítimo um modo cada vez mais eficiente, alvo de crescentes exigências de decréscimo de tempos e de custos. A eficiência e o desempenho dos portos são cada vez mais importantes a nível mundial. Este fenómeno está associado à privatização da gestão dos portos e dos terminais portuários, que se integram como elos vitais das cadeias logísticas das empresas operadoras globais, deixando os utilizadores de ser encarados como meros utentes, para serem encarados como parceiros comerciais. De facto, se entendermos que um porto possui habitualmente o duplo objectivo de, por um lado, se desenvolver em termos comerciais, gerando mais valor às empresas e, por outro, contribuir para o desenvolvimento da região onde se insere, criando emprego e atraindo investimento, empresas e indústrias para a sua proximidade, funcionando como pólo de desenvolvimento.
Logo, os portos que não melhorarem constantemente o seu desempenho, perdem clientes, negócios e valor. Torna-se necessário aumentar o seu desempenho, e compreender a importância das características dos portos.
O modelo de gestão portuária tem vindo a evoluir ao longo dos últimos anos, tendo sido efectuadas as concessões de inúmeros terminais portuários em todo o mundo, com a disseminação do modelo tradicional do Norte da Europa, face ao seu sucesso em termos de desempenho. No final do século XX, a grande maioria dos portos que até então eram geridos por empresas ou organismos do Estado, sofreram diversas formas de privatização A dimensão e o peso dos terminais operados por empresas privadas têm assim importância e influência no desempenho dos portos, contribuindo para a respectiva inserção em novas cadeias logísticas marítimas e globais ligadas às empresas operadoras dos terminais, agregando novos conhecimentos técnicos utilizados pelos operadores dos terminais em outros terminais no mundo e facilitando a eliminação ao máximo dos custos não produtivos, aumentando a eficiência respectiva e aumentando a satisfação do cliente e os níveis de desempenho. A gestão por empresas privadas ligadas a grupos internacionais potencia o desempenho dos terminais ao permitir a integração de conhecimentos técnicos inovadores desenvolvidos no grupo e ao elevar os padrões de desempenho através da comparação no grupo. O essencial é que a participação na gestão dos portos e dos terminais seja realizada por atores chave do sistema portuário e marítimo internacional, ligados às grandes redes logísticas com requisitos de qualidade e velocidade acima da média, mas também que tenham atributos relacionados com a oferta de valor acrescentado às cargas, para atrair mais clientes. A adaptação ao cliente é dos factores mais importantes para a performance do porto ou terminal e que a privatização total do porto não garante o aumento da eficiência, sendo preferível a parcial, de propriedade pública e gestão privada será possível obter o desempenho máximo na utilização. O grau de privatização do porto é também muito importante, uma vez que a sua privatização total pode ser contraproducente e levar a níveis de desempenho inferiores. As relações institucionais e o crescente papel das autoridades portuárias públicas nas relações com as instituições dos países onde os portos estão localizados, para apoiar a emissão de licenças, autorizações para a construção, contratação, operação, entre outros, são muitas vezes fulcrais para o nível de desempenho dos Portos. Por tudo isto, caso o Porto de Aveiro venha a ser privatizado a governação privada não parece ser, só por si, um factor de mudança dramática pode trazer muitas vantagens se o processo de transição respeitar os recursos humanos já existentes com a finalidade de alcançar um desempenho que possa combinar as necessidades individuais das pessoas com as da organização.Trará alguns ajustamentos, teremos se ser ágeis para colaborar nesta mudança que se avizinha para podermos ter lugar no futuro do nosso Porto.
A maior parte deste texto foi retirado da tese de mestrado de VÍTOR MANUEL DOS RAMOS CALDEIRINHA que fez um trabalho excelente, aconselho todos a lerem Clica para leres
6 comentários:
O tal "amigo" dos Portuários. Também fez uma perninha na lei dos Portos de 2009 que nunca foi aprovada. Não podemos esquecer aqueles que de alguma forma nos tentaram aniquilar, e que futuramente vão aparecer a defender a sua DAMA. Teremos que estar muito atentos.
Caro anónimo,
Segundo sabemos este senhor faz parte da administração portuária de Lisboa e Setúbal.Publicou esta tese, que para nós passa por mostrar uma visão ou talvez uma ideia de como os portos devem funcionar.Pelo o que aqui está escrito, e é nisso que nos baseamos para lhe puder responder, não ataca ninguém. Ao que parece é uma pessoa que tem uma posição em relação às plataformas logísticas concreta.E pelo comentário que o caro anónimo deixou, acho que se refere a isso mesmo, às plataformas logísticas.Pelo que sei o senhor Vítor Caldeirinha fez parte do grupo de trabalho que defendeu as plataformas logísticas.Em relação a isso o que lhe posso dizer é que não tenho nada contra, desde que haja mão de obra portuária nessas plataformas.
Obrigado por comentar
Orlando Miguel08
a privatizaçao do porto de aveiro e um facto incontronavel,a questao e saber se na actual situaçao em que nos encontramos,temos algum tipo de noçao das suas implicaçoes para todos os trabalhadores. como bem sabem,nao se sabe quantos trabalhadores ficaram,quantos sobram e em que condiçoes.num cenario de privatizaçao tal qual o temos nos nossos portos ja privatizados o cenario e pareido ao de 1978,meia duzia de pessoas critereosamente escolhidas nos quadros de empresa e um numero indescreminado de "tarefeiros" isto nao e seguramente para ser diferente em aveiro, tenham consçiençia disso......
com mais esta privatizaçao o circulo fica fechado,ja se aperçebetam disso?que tipo de contactos com a autoridade portuaria ja existiram para saber qual a sua opiniao sobre quem "fica"responsavel pelos trabalhadores do sector publico e que tipo de implicaçoes acarreta esse acrescimo de trabalhadores no chamado "contingente do porto"? se neste momento se diz que temos trabalhadores a mais no contingente,e depois?qual o criterio de escolha?ou esses trabalhadores "veem junto com o pacote da privatizaçao"no caso de as empresas que ja deteem o monupolio dos portos naçionais serem as "ESCOLHIDAS"?entam neste caso quantos e que sera feito com os que ficam "A MAIS"?
nestas plataformas logisticas a mao de obra nao tem que pertencer a uma clsse em particular e um espaço aberto a oportunidades.....
Ser Portuário, não é uma classe em particular, ser Portuário, está reconhecido na lei(DL280/93)que ainda vigora. Trabalho em Plataformas Logísticas em ZONAS PORTUÁRIAS(artº2 d) Dl280/93), se a lei se mantiver é Trabalho Portuário, e como tal é para Trabalhadores Portuários (artº2 a) DL 280/93).
Esse último anónimo, carece de informação devida, ou então está a escovar algum sapato mais polido.
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