(Artigo de um jornal na altura da greve)
A Empresa de Trabalho Portuário (ETP) de Aveiro vive dias difíceis. Esta semana, os estivadores do porto de Aveiro iniciaram uma greve exigindo o pagamento dos subsídios de férias. O Sindicato de Trabalhadores do Porto de Aveiro (STPA) acusa a direcção da ETP de a ter “descapitalizado” devido a anos de “má gestão”, que se juntaram aos efeitos da crise. A Associação de Empresas de Estiva do Porto de Aveiro (AEEPA) diz que o défice se acumula desde o início do ano, mas envolve o sindicato na tomada de decisões.
Em 1993 foi formada a ETP, uma empresa privada sem fins lucrativos, para fornecer mão-de-obra portuária. Além das três empresas operadoras, Aveirpor, Socarpor, Vougamar, a direcção integrou até hoje um representante do sindicato. A Aveirpor, Socarpor e Vougamar têm 29 funcionários privativos e, consoante as necessidades, têm requisitado pessoal ao total de 93 funcionários da ETP.
Segundo o presidente da AEEPA, José Manuel Correia Luís, a ETP precisa de uma facturação na ordem dos 240 mil euros, mas apenas tem conseguido 200 mil, perdendo 40 mil euros por mês. “O porto não tem trabalho, oferta, e estamos com um défice muito grande”, afirmou ao GRANDE PORTO.
Para Rui Oliveira, da direcção do STPA, a crise económica global juntou-se a uma “gestão ruinosa” da empresa. “Já há alguns anos” que a ETP “não debita o valor real que devia debitar, mas abaixo desse valor” pela cedência dos trabalhadores efectivos. Depois, serão depois contratados “trabalhadores eventuais, avulso, quase a laço”, que apesar de serem cedidos pelo mesmo valor que os efectivos, implicam no total “menores encargos e não têm direito a subsídios”. Terá sido assim que a empresa “equilibrou as contas durante anos”, denuncia.
A chegada da crise complicou tudo. “Começámos a ter menos colocação de trabalhadores e menor colocação dessa mão-de-obra avulsa. Logo, as receitas para cobrir o défice deixaram de entrar”, continua Rui Oliveira. Houve uma “redução bastante significativa de receitas”.
Versões distintas
Contactado pelo GP, o presidente da AEEPA referiu que na gestão da ETP participa um elemento do sindicato, organismo que, “se nunca protestou até agora é porque estava bem”. “O sindicato tem conhecimento de todas as decisões e participa. São quase todas aprovadas por unanimidade”, salienta.
O GP tornou a contactar Rui Oliveira, que confirma que existe um membro do sindicato na direcção, mas diz que ele está em minoria e “todas as decisões acabam por ser aprovadas mesmo com o voto contra do sindicato”. “Os nossos pareceres estão lavrados em todas as actas do conselho geral e do conselho fiscal, em como discordamos da gestão e do mau funcionamento da ETP. Temos votado contra as contas e a má gestão dessas contas. Todas as decisões tomadas desde 1993 têm o voto de reprovação do membro do sindicato. O resultado é sempre 3 -1 [a ETP tem quatro sócios]. A vontade é imposta ao sindicato”, atira.
Em 1993 foi formada a ETP, uma empresa privada sem fins lucrativos, para fornecer mão-de-obra portuária. Além das três empresas operadoras, Aveirpor, Socarpor, Vougamar, a direcção integrou até hoje um representante do sindicato. A Aveirpor, Socarpor e Vougamar têm 29 funcionários privativos e, consoante as necessidades, têm requisitado pessoal ao total de 93 funcionários da ETP.
Segundo o presidente da AEEPA, José Manuel Correia Luís, a ETP precisa de uma facturação na ordem dos 240 mil euros, mas apenas tem conseguido 200 mil, perdendo 40 mil euros por mês. “O porto não tem trabalho, oferta, e estamos com um défice muito grande”, afirmou ao GRANDE PORTO.
Para Rui Oliveira, da direcção do STPA, a crise económica global juntou-se a uma “gestão ruinosa” da empresa. “Já há alguns anos” que a ETP “não debita o valor real que devia debitar, mas abaixo desse valor” pela cedência dos trabalhadores efectivos. Depois, serão depois contratados “trabalhadores eventuais, avulso, quase a laço”, que apesar de serem cedidos pelo mesmo valor que os efectivos, implicam no total “menores encargos e não têm direito a subsídios”. Terá sido assim que a empresa “equilibrou as contas durante anos”, denuncia.
A chegada da crise complicou tudo. “Começámos a ter menos colocação de trabalhadores e menor colocação dessa mão-de-obra avulsa. Logo, as receitas para cobrir o défice deixaram de entrar”, continua Rui Oliveira. Houve uma “redução bastante significativa de receitas”.
Versões distintas
Contactado pelo GP, o presidente da AEEPA referiu que na gestão da ETP participa um elemento do sindicato, organismo que, “se nunca protestou até agora é porque estava bem”. “O sindicato tem conhecimento de todas as decisões e participa. São quase todas aprovadas por unanimidade”, salienta.
O GP tornou a contactar Rui Oliveira, que confirma que existe um membro do sindicato na direcção, mas diz que ele está em minoria e “todas as decisões acabam por ser aprovadas mesmo com o voto contra do sindicato”. “Os nossos pareceres estão lavrados em todas as actas do conselho geral e do conselho fiscal, em como discordamos da gestão e do mau funcionamento da ETP. Temos votado contra as contas e a má gestão dessas contas. Todas as decisões tomadas desde 1993 têm o voto de reprovação do membro do sindicato. O resultado é sempre 3 -1 [a ETP tem quatro sócios]. A vontade é imposta ao sindicato”, atira.
1 comentário:
eu acho que nao é admissivel que a empresa que faz o preço da mao-de-obra seja a mesma que depois vai pagar essa mesma mao-de-obra.gera conflito de interesses, claro!eu acho que a ETP deveria ser autonoma, sem interferencia das empresas!
loureiro 55
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