28 de junho de 2010

ENCARREGADO ESTIVADOR

"Os chefes são líderes mais através do exemplo do que através do poder"


Para quem conhece as agruras da actividade profissional dos Trabalhadores Portuários, será ainda mais sensível e admitir os sacrifícios e as responsabilidades acrescidas do “encarregado estivador”.
Faço hoje aqui a defesa destes colegas do nosso trabalho, conhecidos, também, (timidamente) por chefes de equipa.
As funções do “encarregado estivador” estão definidas na Cláusula 11ª, do Capítulo nº 1 do Anexo do nosso CCT. Passo a transcrevê-las:
Funções do Encarregado Estivador: Ao encarregado estivador compete: a) Na dependência dos superiores hierárquicos., distribuir pelos trabalhadores as tarefas de cada um, assegurar a regularidade da prestação de serviço e responder pela inobservância de disposições normativas de que tenha ou deva ter conhecimento; b) controlar nos navios a substituição do pessoal ou de materiais necessários, dando de imediato seguimento, consoante seus aspectos no decurso das operações e com elas relacionadas; c) Anotar e responder perante os seus superiores hierárquicos sobre avarias e sinistros decorrentes das operações na movimentação de cargas, sem prejuízo de prosseguimento do serviço; d) Colaborar quando solicitado para o efeito com os seus superiores hierárquicos na planificação dos serviços e nas requisições do pessoal.
O texto destas quatro alíneas já tem alguns “aninhos”... Provavelmente carece de uma reformulação. Mas, permanecendo aquela redação, por muito respeito ao todo clausulado do nosso CTT, sabemos nós, que se poderia acrescentar outras tantas alíneas às funções atrás referidas, para definir claramente as actuais funções do “encarregado estivador”, como também daí decorrer um espelho do perfil do trabalhador portuário que virá reflectir as suas capacidades para a execução de tão exigentes tarefas.
Pela experiência de trabalho ao longo de 24 anos no sector, recolhi ensinamentos e outras vezes algumas decepções do que observei das diferentes posturas dos encarregados, da observância das regras de segurança ou não, da sua linguagem educada ou não, do apoio ou falta do mesmo que o seu trabalho requeria.
Os “encarregados de estivador” que eu conheço, são profissionais que, acima de tudo, souberam retirar da experiência do trabalho em equipa e do contacto diário com os antecessores chefes de equipa, os ensinamentos básicos para o melhor exercício desta espinhosa e difícil função. Porém, não bastam os usos e costumes da profissão, porque hoje o nosso trabalho tem outro ritmo: existem agora equipamentos mais potentes, mais rápidos, mais versáteis; estão implementados e presentes outros níveis de exigência profissional e empresarial, para uma melhor eficiência e uma maior produtividade do trabalho. Mas, paradoxalmente, o “encarregado estivador” também “põe a mão” a quase todas as tarefas, devido à redução substancial das equipas de trabalho, na movimentação de mercadorias em cargas e descargas.
A todos encarregados e futuros encarregados deixo o meu abraço de admiração e solidariedade pelo vosso esforço, tenacidade, dedicação e saber, com os quais dignificaram a vossa e a nossa profissão de Trabalhadores Portuários de Aveiro. Até breve.

2 comentários:

Anónimo disse...

começo a pensar que alguem tem razao mais uma vez se fala de chefes encaregados etc e os pretos que trabalham?????? tenham vergonha

estivador25 disse...

Não há que ter vergonha do que aqui está escrito só não se fala é de tudo ao mesmo tempo, nesta cronica falou-se de Encarregados numa proxima será outro tema...